Durante os três dias do fim de semana prolongado organizaram a já habitual festa dedicada aos emigrantes, da qual fez parte também uma feira de gado, organizada pelos jovens criadores da aldeia, como explica o presidente da associação, Nuno Pessegueiro:
“Porque aqui na aldeia há vários jovens criadores de gado. Como somos uma associação juvenil e nunca apoiámos a agricultura, resolvemos este ano fazê-lo, criando esta feira do gado.
Todos estes animais que aqui estão pertencem a jovens, que aprenderam com os pais que já eram pastores. Foram os próprios jovens que me incentivaram a criar esta feira.
Foi difícil, houve pessoas na Direção-Geral de Agricultura que tiveram de fazer horas extraordinárias para conseguirmos o licenciamento para a feira.
Esta é uma associação de melhoramentos e queremos melhorar o futuro da nossa aldeia, que passa também pela agricultura que estamos a apoiar.”
Um deles é Fernando Pinela, que aos 18 anos é já responsável por um rebanho de mais de 70 ovelhas. E não se imagina a fazer outra coisa:
“Já sou pastor há uns cinco anos, aprendi com o meu pai e é o que quero fazer da vida.
Acho que estas atividades são importantes para incentivar outros jovens para esta atividade, que é boa por estarmos em contacto com os animais, ao ar livre.”
Além da feira de gado, houve ainda mostra e venda de produtos locais. Uma feira que também foi a primeira vez que aconteceu e que os participantes querem que continue. Exemplo disso é Ana Pessegueiro, que é natural da aldeia:
“Parece bastante importante, acho que é uma iniciativa boa e devia definir-se uma data e aproveitar para continuar a iniciativa.
Hoje como é experiência trouxe licores, que é a minha mãe que faz, e compota.
Penso que esta é uma forma de atrair pessoas à aldeia.”
O presidente da União de Freguesias de Castelãos e Vilar do Monte, Carlos Maceda, espera que esta feira seja a primeira de muitas:
“É a primeira feira que a Vimont está a organizar, esta associação, cuja malta é toda criativa, e tem sentido para este tipo de situações, mobilizando e juntando a população.
Estas feiras são sempre interessantes por terem produtos da terra, essencialmente, com qualidade.
Espero que esta feira se repita por muitos e muitos anos e que esta seja a primeira de muitas.
Não faço distinção entre Vila do Monte e Castelãos. É uma União de Freguesias e há bancas com gente das duas aldeias.”
Todas estas atividades fizeram parte do programa da Festa do Emigrante, organizada pela associação para proporcionar momentos de festa aos conterrâneos que estão fora do país, uma vez que a festa da aldeia acontece só em dezembro, altura em que os emigrantes já não estão de férias.
Jaime Viduedo vive em Paris há 18 anos e Dora Pessegueiro esteve emigrada na Alemanha durante 26, regressando este ano de vez a Portugal. Para ambos é uma festa com significado especial:
“É um enorme prazer saber que ao chegarmos temos festa na aldeia, é bom para nós e para quem vive aqui todo o ano.
Nos últimos dois anos não aconteceu devido à Covid-19 mas agora há muitas atividades.
Quem está fora espera o ano inteiro pelo momento de vir a Portugal, para ver a família, amigos, as festas e passar bons momentos. “
“É uma sensação única para a qual não tenho palavras.
É a primeira vez que eu assisto a esta festa pois no verão nunca vinha cá.
Sinto-me como se ainda fosse emigrante, o que é muito bom.
Ser emigrante e ser residente desta aldeia é complicado porque todos os dias há festas, convívio e muito mais. Assistir a isto tudo pelo Facebook não tem explicação, é complicado.”
Passeios, almoços e lanches convívio, acampamento e animação musical foram algumas das propostas do programa da Festa do Emigrante de Vilar do Monte, que aconteceu de sábado a segunda-feira.
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