“Esperávamos uma quebra de produção, mas nunca tão acentuada como o previsto e que deverá rondar os 40%. Em plena floração na primavera, tivemos temperaturas de 40 graus e as flores da oliveira não vingaram. Como a maioria das oliveiras são em sequeiro, a falta de água veio agravar a situação, já por si difícil”, disse hoje à Lusa o dirigente associativo, Francisco Pavão.
Esta associação, com sede em Mirandela, representa cerca de 1.400 produtores de azeitona numa área estimada de 10.000 hectares com principal incidência na Terra Quente Transmontana, distrito de Bragança.
"Se não chover em breve, a situação torna-se muito preocupante. Os frutos não pesam e não podem ser colhidos, tudo está dependente dos próximos tempos se vai chover ou não até à colheita em outubro e novembro”, concretizou o também produtor.
De acordo com Francisco Pavão, se os frutos não pesarem e não amadurecerem, não se consegue fazer a colheita mecânica.
“Há muito olival que poderá não ser colhido porque poderá não reunir a condições necessárias para esta tarefa, devido à seca na Terra Quente Transmontana”, explicou o técnico agrícola.
Quando as oliveiras, estão “tão secas que, se houver um ponto de ignição, elas ardem”, disse.
A região transmontana é o segundo maior produtor nacional de azeitona, com 15.000 toneladas que representa 11% da produção nacional, embora ainda muito longe do Alentejo.
“O aumento de produção no Alentejo deve-se ao Alqueva e, em Trás-os-Montes, teremos de criar estruturas de regadio que permitam aos agricultores atenuar os efeitos das alterações climáticas. Isso é fundamental. Já sensibilizámos o Governo e os autarcas para a necessidade de criar pontos de água para rega”, vincou Francisco Pavão.
Outros dos anseios dos produtores de amendoal e olival é utilizar a água da barragem do Baixo Sabor para a rega nos quatro concelhos abrangidos como Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.
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