Os turistas que escolhem os alojamentos rurais são cada vez mais nacionais em especial de locais mais a sul do que era habitual.
Segundo os mais recentes dados do Turismo do Porto e Norte de Portugal, em Junho, o Norte registou um aumento de 6,2% das dormidas em relação ao mesmo mês de 2019, concentrando 15,5% de todas as dormidas de turistas.
No distrito de Bragança, há alojamentos que estão completamente lotados em Agosto e em alguns casos foram os meses de Junho e Julho que superaram a procura em relação ao habitual.
Com apenas quatro anos de experiência, no alojamento Glamping Hills, em Santa Comba de Rossas, Bragança, o termo de comparação não é fácil, mas a verdade é que tem a lotação esgotada desde 22 de Julho, como garante João Madureira, gerente desta unidade de acampamento de luxo e um conceito ecológico.
“Só temos vagas a partir de 4 de Setembro. Estamos com lotação esgotada desde 22 de Julho. Em anos anteriores não senti tanto a emigração no território”, frisou.
A empresa de turismo está a pensar expandir o negócio para ter mais capacidade de resposta na época alta e atingir a sustentabilidade financeira.
Na casa de Turismo Rural Curral D’Ávo, o mês de Agosto está a ser igual ao de 2019, o que é um bom indicador.
“Nos meses de Junho e Julho este ano foi melhor. Já não temos o motivo de estar isolados e sozinhos, é mesmo para conhecer a região”, acrescentou Maria João Sousa, proprietária do alojamento local.
José Luís Pires, de 84 anos, tem casas de turismo rural na aldeia de Montesinho em Bragança há 24 anos.
Depois de ter estranhado a falta de agitação nos últimos dois anos, este ano não se queixa. Em Agosto, tem tido muita procura.
“Vem muita gente. Autocarros aqui é com força e nestes dias não havia aqui um estacionamento na aldeia. Há mais gente que antes da pandemia, tem aumentado a procura”, afirmou.
Um hóspede habitual da Casa da Eira é Luís Macieira, que vem do Porto, um ritual que repete com a esposa há muitos anos, e apesar de conhecer bem a zona não hesitou em passar mais uma temporada naquela aldeia típica do Parque Natural de Montesinho e em que predominam as casas de pedra recuperadas e com telhados negros de xisto.
“Já vimos há muitos anos, já somos quase família. Vimos porque gostamos desta paz e desta tranquilidade, da vida selvagem e das pessoas daqui, que nos recebem muito bem, temos um tratamento VIP”, disse.
A aldeia acaba por ser ponto de passagem também para outros turistas que ali não ficam alojados.
São cada vez mais os turistas nacionais que escolhem a região e os alojamentos locais transmontanos, um paradigma que mudou com a pandemia.
A divulgação da região e dos alojamentos de turismo rural durante a época de pandemia são motivos apontados para a procura.
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