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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Democracia e Liberdade

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

A liberdade de expressão é um dos primeiros pressupostos dos regimes democráticos.
A existência de comunicação social livre e independente, um dos seus principais pilares.
É natural que os detentores do poder, mesmo que democraticamente eleitos, nem sempre gostem do que a imprensa relata, opina ou propõe. Mas isso faz parte do sistema, para o bem ou para o mal. “É a vida”, como diria o antigo Primeiro Ministro e atual Secretário Geral da ONU, António Guterres.
Quer isto dizer que a palavra de um jornalista é sagrada e inquestionável?
De maneira nenhuma.
Os jornalistas são mulheres e homens com as suas virtudes e defeitos, como todos os outros. Mesmo os que, em obediência aos seus códigos de ética e com o maior dos brios profissionais, exercem a sua profissão de forma adequada e comprometidos apenas com a verdade e a sua melhor divulgação, podem errar, enganar-se e divulgar opiniões menos corretas. Mas em nada a democracia é beliscada porque o regime legal vigente, confere aos visados, quando os há, o direito de resposta, de reposição da verdade e de reparação quando houver dano reputacional ou outro. Não é um regime perfeito, como muito bem assinalou Churchil, mas assegura os direitos dos cidadãos, quando ameaçados ou violados, independentemente de quem sejam.
O que não é aceitável é que alguém, discordando de alguma notícia publicada, mesmo que tenha razões ter um entendimento diverso de quem a publica, em vez de exercer o contraditório, exigir a reposição da “verdade” ou mesmo, processando, se tal se justificar, quem “atentou” contra a realidade verificável, opte por tentar atingir, de forma rasteira e abjeta, quem ousou desagradar-lhe. Condicionar a atividade de uma ou um jornalista é um ato anti-democrático que deve ser repudiado, combatido e denunciado. Não só pelos visados mas, igualmente, por todos quantos dele tenham conhecimento, com especiais responsabilidades para quem possa ter acesso a documentação que o evidencie.
A profissão de jornalista já teve melhores dias e a dependência que os órgãos de comunicação social têm da publicidade em geral e da institucional, em particular, fragiliza ainda mais quem optou seguir esta carreira, principalmente no interior onde as alternativas de emprego são escassas e onde, infelizmente, o escrutínio sobre a pressões dos detentores do poder é menor. E, também por isso, mais importante é a ação daqueles que escrutinam e publicam, de boa fé, o resultado desse escrutínio.
O combate à imprensa é apanágio das ditaduras. Mas estas, normalmente, fazem-no de forma clara fazendo publicar legislação que a condiciona e restringe.
O ataque direto aos jornalistas é próprio dos tiranos. Ameaçando-os.
A “exigência” de condicionamento de forma escondida, usando relacionamentos pessoais ou ascendente económico, é característico dos tiranetes, com vocação de tirano mas sem coragem para o assumirem.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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