Na comemoração do 43º aniversário da área protegida, ontem, o presidente da câmara de Bragança e responsável pela co-gestão do parque apontou alguns problemas que quer ver resolvidos. Hernâni Dias explica que o plano de ordenamento da área protegida está a colocar entraves.
“O dinheiro que vem destinado a este território não pode ficar na gaveta só porque há uma entidade que tem um determinado plano de ordenamento. É uma perda para todo o território quando nós temos a possibilidade de aplicar fundos comunitários e não o fazemos por incapacidade de enquadramento desses fundos no plano de ordenamento vigente”, afirmou.
Por isso, o autarca diz que é urgente refazer o Plano de Ordenamento do Parque Natural de Montesinho e acabar com algumas restrições que diz não fazerem sentido.
“Este plano em vigor foi discutido a última vez em 2008 e está mais do que na altura de ele ser revisto, não só porque ele à época já ter sido tremendamente contestado, com muitas restrições, e até ao dia de hoje ainda não ter havido nenhuma correcção daquilo que foi identificado como negativo”, sublinhou.
A falta de informação e proximidade entre o ICNF e as gentes que vivem no parque é um dos problemas apontado pelo presidente da União das Freguesias da Aveleda e Rio de Onor. Mário Gomes considera que desde que a área protegida deixou de ter um director, as pessoas têm sido esquecidas.
“Ficou apenas a parte ambiental e deixou-se de fora a parte humana. Eu sei que são poucos, mas os poucos que há têm que ser devidamente tratados e informados. Às vezes as pessoas têm medo de cortar uma árvore, de fazer uma limpeza precisamente porque não estão informados, porque essa informação não passa. Depois há o aspecto burocrático, imagine-se o que é um septuagenário posto à frente de um computador para indicar o seu terreno. Essa falta de ligação e de presença do parque nas aldeias é notória e isso depois vai-se acumulando e as coisas vão se degradando cada vez mais”, apontou.
Mário Gomes defende ainda mais técnicos para fazer a gestão do parque. A directora regional do ICNF ouviu as críticas dos autarcas e avançou que vão ser feitos reajustes. Ainda assim, Sandra Sarmento realçou a importância das regras para a conservação da natureza.
“Conservar e preservar requer que haja regras. Nós estamos neste momento num processo de recondução de plano a programa e esse processo já prevê alguns ajustamentos, algumas correcções, que visam acolher questões que já foram identificadas e que são manifestamente incongruências”, disse.
O plano de ordenamento do Parque Natural de Montesinho vai assim ser convertido a programa e prevê-se que esteja concluído no próximo ano.
O parque fez esta terça-feira 43 anos. O aniversário foi comemorado em Rio de Onor. É gerido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e a co-gestão está a cargo dos presidentes de câmara de Bragança e Vinhais, municípios abrangidos pela área protegida, que em breve apresentarão um plano de investimentos para o parque.
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