A maçã foi rainha este fim-de-semana em Carrazeda de Ansiães. Mas este ano a quebra de produção foi significativa, segundo apontaram os agricultores do concelho, presentes na feira. O granizo e a falta de água são as principais causas. Sónia Correia, da Herdade do Catalino, estima quebras de mais de metade. Ainda assim, fruto de qualidade não faltou.
“Nunca me lembro de termos uma seca como a que se regista este ano. Nós que temos várias charcas de armazenamento de água com uma capacidade de rega muito grande, que sempre tivemos, e este ano é uma coisa fora de série, nunca se viu. Fizemos uma monda para retirar o que não está bom na árvore e deixar apenas o que fica bom para depois vendermos de primeira qualidade”, disse.
O produtor de maçã José Reixela, proprietário da Sidra Alpha, também se queixa dos prejuízos. Este ano, as perdas atingiram os 60%. Mas nem tudo é mau, visto que produz também sidra e a maçã com menos qualidade vai ser aproveitada para fazer a bebida.
“No ano passado, produzi 800 toneladas de maçã e este ano vai ficar pelas 400. A maçã que é rejeitada aproveitamos e fazemos sidra. Como há muita maçã rejeitada este ano será mais fácil fazermos sidra”, explicou.
Vinho e azeite de Carrazeda de Ansiães também não faltaram. Os produtores consideram que a feira é uma mais-valia para a divulgação dos produtos.
“Vamos começar a vindima esta segunda-feira, mas acho que não correu muito mal. O inverno foi muito seco, mas as uvas estão boas, têm uma boa concentração. Vamos produzir pouco mas bom. Vim à feira porque acho que é muito importante darmos a conhecer o nosso projecto, dar a conhecer o que é a nossa região”, referiu o produtor de vinho Julien dos Santos.
Nesta que foi a vigésima quinta edição da Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite, o município apresentou a marca “Carrazeda de Ansiães. Entre Douro e Tua, nossa”. Uma nova forma de divulgar o concelho.
“É uma marca fortemente territorial, porque marca bem o facto de Carrazeda de Ansiães estar virada para os rios e das potencialidades e portas que esses rios nos abrem, mas é também uma marca fortemente emotiva e muito inclusiva”, explicou o presidente da câmara, João Gonçalves.
Além de produtos tradicionais, a animação também não faltou, com Expensive Soul, Tony Carreira e Os Quatro e Meia.
A Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite não acontecia há dois anos devido à pandemia. Regressou este fim-de-semana, nesta que foi a vigésima quinta edição.
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