Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Aguarela Arqtº Manuel Ferreira |
Vem a propósito relatar aqui e agora, a aprendizagem que eu fiz ao longo do tempo em que pela minha relação com ele fui aprendendo com modéstia a distinguir qualquer coisa no obscuro da arte que me está vedado saber apreciar com o conhecimento suficiente.
Mas deixemos esta parte vedada aos não iniciados e falemos daquilo que é concluir que a obra em apreciação é bonita ou não nos agrada assim tanto.
Uma coisa eu aprendi, foi a distinguir as cores usadas pelo Arquiteto sendo a verde continuadamente diferente do verde dos seus pares. Em Trás-os-Montes o verde das árvores e dos campos é diferente de todos os outros verdes que na Europa que conheço são mais claros e menos quentes. Este pormenor do uso de um verde que ele preparava e que eu estou convencido ser uma fórmula por ele conseguida e que usava com mestria.
Durante anos fui vendo no seu estúdio ou nos mais variados locais onde expunha as suas aguarelas aquele verde que me fazia pensar ser uma sua fórmula conseguida depois de muita paciência e experiência. Cheguei a confidenciar-lhe que o verde era a cor que nas suas telas mais impacto tinha ao olho do apreciador. Sorriu e respondeu: - isso é o seu olho de Sportinguista que lhe condiciona a concepção da cor.
Esteticamente a obra do Arquiteto Manuel Ferreira é-me agradável à vista e ao coração. Homem de obra acima da média que foi um artista em vários ramos foi também um transmontano de rija cepa e um esteta completo.
Com este pequeno apontamento presto aqui a minha homenagem ao Arquiteto e amigo que sempre prezei. Que Deus o guarde e lhe retribua a amizade que me dispensou.
Bragança, 25/10/2022
A. O. dos Santos
(Bombadas)
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