O Secretário de Estado da Educação admite que não é aceitável que um mês e meio depois do início do ano letivo, Matilde Sampaio, a menina invisual de 11 anos que frequenta a Escola Básica Luciano Cordeiro, em Mirandela, ainda não tenha professor de braille. “Ainda não foi possível encontrar uma solução mas temos de a encontrar, porque não é aceitável a situação em que ela está”, disse António Leite, à margem do seminário nacional de educação e formação de adultos que aconteceu, em Mirandela.
Recorde-se que a docente especializada no ensino de braille que estava destacada para a escola Luciano Cordeiro está de baixa e o secretário de Estado da Educação assume a existência de dificuldades processuais na substituição da professora que decorre do facto de ainda estar a decorrer o prazo previsto na Lei em que vigoram as baixas médicas.
Enquanto isso, decorre, provisoriamente, um professor afeto ao agrupamento de escolas Abade de Baçal, em Bragança, está a vir à escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, uma vez por semana, mas “essa não pode ser a solução definitiva, porque ela precisa e tem direito ao apoio”, acrescentou António Leite.
Entretanto, a mãe da Matilde, diz estar indignada com o facto de a sua filha, há duas semanas, ter sido “colocada no corredor do bloco da escola acompanhada de uma funcionária a realizar uma questão de aula de matemática, enquanto os seus colegas de turma ficaram dentro da sala de aula”.
Patrícia Costa adianta que a explicação que lhe foi dada, foi que “não havia salas disponíveis para a Matilde, nem professores para acompanhar a minha filha na prova dela”, refere“.
Sobre este episódio, a direção do agrupamento de escolas de Mirandela não tece comentários.
Com este início de ano letivo tão atribulado, Matilde confessa que começa a ficar sem ânimo para ir à escola. “Já não tenho a mesma animação de ir para a escola e já dou comigo a dizer que o dia foi um bocado chato”.
Tempos difíceis, para esta menina invisual que ainda não tem professor de braille.
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