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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 30 de outubro de 2022

Dia de Todos os Santos e Dia dos Fiéis Defuntos

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

São dois dias que o povo guarda e embora distintos na intenção da religiosidade do povo e porque a Igreja optou por santificar o conjunto dos Santos juntando-os, os fiéis relembram nesses actos de pura religiosidade e sentimento que passou através dos séculos ficando na alma das gentes rezar ao Altíssimo pela guarda da Alma dos que já não estão connosco.
Alguns são simplesmente pessoas que faleceram há muito tempo, amigos e familiares, outros pelo contrário estão no nosso pensamento dada a pequena distância temporal que separa o passamento deles de quem os amava ou de quem lhes tinha amizade. É nestes dois dias que anualmente cumprimos o acto de os relembrar, agora, numa dimensão que não conseguimos explicar, pois é apenas o apego que lhes dedicamos nas nossas lembranças que ciclicamente e como um dever sagrado cumprimos nesta data que a Igreja escolheu para homenagear os Santos e os Fiéis Defuntos.
Quando eu relembro os meus familiares e amigos que já são passados para a outra dimensão, acabo sempre por pensar que todo este movimento da população que homenageia os seus mortos o faz por amor, honra e crença na vida do Além. Quando vemos chegar gente que vem de países distantes ou até doutros continentes, somos levados a concluir que os laços que nos ligavam aos que já partiram continuam a ser fortes e que o simples facto de podermos ver o local onde eles jazem sepultados acalma o seu espírito, pois mesmo que a distância não elimine a possibilidade de os recordarmos, o facto de os sabermos ali tão perto, podermos chorar e rezar as preces dos cânones, ou mesmo as que nos saem do pensamento pela reverência à sua memória e à crença em Deus que nos transporta para outra dimensão, nos faz viajar milhares de quilómetros, milhas terrestres ou marítimas para estarmos juntos sem estarmos com os que amámos, cada um à sua maneira.
Este ritual que a humanidade repete anualmente é uma prova da nossa humanidade, o facto de o podermos realizar, dá-nos a certeza de que estamos em paz e que podemos exercer uma acção puramente sentimental que nos conforta e nos faz sentir gente vertical e livre.
Como se sentirão os povos que sofrem as guerras bárbaras e injustas que lhes são impostas por tiranos que não têm noção do que é ser gente que verte o seu sangue que cairá em cima dos que fazem verter o sangue da humanidade.



A. O. dos Santos
(Bombadas)

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