segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Rural Castanea: fruto vendeu-se mais caro mas os visitantes não deixaram de o levar

 Rural Castanea decorreu de sexta-feira a domingo, em Vinhais


Este certame, que se realiza desde 2006, ficou marcado pelo preço por quilo de castanha, que foi o mais alto de sempre.

Os produtores que venderam o que já conseguiram colher, na Rural Castanea, queixam-se de um ano muito atípico e dizem nunca ter visto quebras tão grandes. "Tivemos uma quebra de 80%. nunca tínhamos tido uma quebra tão grande. Estamos a vender o quilo a quatro euros na feira e fora a 1,5. Era para estar mais caro porque não a há", disse Maria Alice Fernandes, de Tuizelo. "A quebra é, mais ou menos de 80%. No ano passado pensávamos que ia acontecer isto mas depois houve castanha. Não era de qualidade mas havia quantidade. Este ano há qualidade não há é quantidade. Estamos a vender a quatro euros o quilo. Ainda compensa investir neste tipo de cultura, temos que insistir", afirmou Sérgio Afonso, de Fresulfe. "A nossa quebra é de 70%. nunca tinha visto nada assim. Se assim continua não vale a pena investir", confirmou Irene Pires, de Gestosa de Lomba.

Os visitantes reconhecem que a castanha está bastante mais cara mas não deixam de a comprar. Dizem ter consciência de que há menos e, por isso, compreendem o aumento. "Venho para comprar castanha, que eu não as tenho. Este ano levo tantas como nos outros anos, cerca de 10 quilos. O preço... o que é agricultura nunca é demais", referiu Luís Martiniano, de Valpaços. "Venho para comprar castanhas. O preço é basicamente o mesmo, quase anda igual", disse Maria Martiniano, de Valpaços. "Levo mais ou menos a mesma quantidade que os outros anos. O preço está mais elevado mas é normal", esclareceu André Fernandes, do Porto.

As doenças e pragas do castanheiro foram, até agora, as grandes preocupações dos agricultores, mas, Abel Pereira, presidente da ARBOREA – Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana, diz-se alarmado com o facto de anos como este se tornem uma constante. "O que nos assusta mais é que o atípico se torne típico, que comecemos a ter anos como este. Há cinco anos, em 2017, tivemos uma ano de extrema seca e este ano voltamos a ter. Os ciclos começam a ser cada vez mais próximos".

Ainda que haja menos quantidade, a qualidade da castanha não foi afectada.

A Rural Castanea decorreu ao longo do fim-de-semana, em Vinhais.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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