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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O Verão me faltou depois de longas tardes de sol, de pássaros… sombras e ribeiros…

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Muitos caíram no chão com a chegada do Outono… com a dignidade da beleza…. Como quem espera ser alimento da terra, seiva… flor e fruto.
E as abelhas voltarão no tempo certo, na pureza do pólen, no seu eterno mister de renovar a vida!
…ninguém morre para sempre…voltamos de novo!
… mas na sombra da noite  os poderosos continuam assustados… mais preocupados com a política do que com a polis… e a culpa é sempre do outro... e Pilatos tão perto lavando as mãos na água cristalina.
… e a Covid silenciosamente entra nos palácios… entra nos casebres… mais nos casebres…
… e a morte silenciosamente veste-se de espanto e solidão.
… e nos Lares habitam as sombras de vidas vividas com dignidade… silenciosas… esperando… os filhos impossibilitados de chegar…
… Nossa Senhora da Boa Morte… minha mãe… morre-se da pandemia… morre-se mais de tristeza e solidão…
… e os filhos esperam que alguém diga quantos morreram… pela calada da noite… sozinhos… sem a mão quente que afague a despedida…
… muitos se silenciam… mas os gritos já ecoam por toda a cidade… e viajam dolorosamente levados nas asas dos pássaros que ao entardecer regressam a casa.

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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