Percorrendo lameiros de montanha e antigos moinhos, ao longo das margens da ribeira de Baçal e do Rio Onor, a rota, em pleno Parque Natural de Montesinho, dá a conhecer a biodiversidade e a paisagem local, as comunidades, as tradições e as práticas comunitárias de Varge, Aveleda, Guadramil e Rio de Onor.
Uma rota que já permitiu que muito acontecesse.
“Começámos a recuperar imóveis que não estavam a desempenhar as suas funções e vamos trazer pessoas ao nosso território. Terá certamente um impacto grande ao nível do turismo local”, disse Mário Gomes, presidente da junta.
Uma abertura muito aguardada. “Durante a execução do percurso já havia pessoas a procurarem esta rota. Só vejo sinais positivos na concretização desta primeira fase. Terá uma segunda fase que será tentar criar abrigo para os caminheiros”, acrescentou.
O percurso será articulado com um traçado, em planeamento, no município de Pedralba de la Pradería, na província de Zamora, em Espanha. Agora resta então que se conclua a segunda fase do projecto, até porque, quando tudo estiver pronto, dos dois lados da fronteira, o percurso vai ter 90 quilómetros.
“Começam na fronteira do Portelo, do nosso lado, terminam na fronteira de Rio de Onor e seguem depois pelas aldeias de Santa Cruz e Calabor até fechar o circuito. Serão 47 Kms do lado português e os mesmos do lado espanhol. Existe uma aplicação para telemóvel com os pontos de interesse, com a história, que servirá de apoio ao caminheiro”, explicou Mário Gomes.
Alcino Alves, natural de Varge, esteve a moer farinha, no moinho onde se deu a abertura da rota. Acredita que são ideias como esta que trazem gente às aldeias.
“Desenvolve muito mais a aldeia, torna-a muito mais atractiva. Costumam aparecer aqui turistas que procuram pelo moinho, querem saber se ainda trabalha. Há muitas pessoas que nem sequer conhecem um moinho”, contou.
Para já, ainda não se sabe quando é que a rota poderá estar concluída na totalidade. A ideia é também acrescentar ao projecto um centro interpretativo da rota, que ficará localizado em Aveleda, bem como um centro etnográfico associado aos caretos.
O projecto, para já, custou cerca de 70 mil euros, tendo sido co-financiado, em 80%, pelo Turismo de Portugal.
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