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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 11 de abril de 2023

Pára-quedistas - 2ª PARTE

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Argentino Urbano Seixas
Estes três oficiais que são os mais carismáticos para os brigantinos que de uma ou outra maneira os conheceram, são também conhecedores de outros que sendo de perfil mais discreto foram ou são ainda glória da nossa identidade transmontana. No tempo em que eu fui militar pára-quedista havia no regimento outros oficiais da cidade e nascidos no Concelho ou no Distrito, portanto transmontanos e que se evidenciaram em missões no Ultramar em combate ou em Portugal na instrução onde se exigia capacidade intelectual e física acima da média. Destaco alguns que conheci e que nomeio com o posto que tinham nos anos 70 do século XX: Capitão, Mário Brás chefe da Secção de Justiça do RCP, Capitão Espírito Santo, Capitão Adelino Martins, o (Mata Cavalos), uma lenda dos Páras que esteve à frente do BCP32 em Nacala e que se tornou num chefe guerrilheiro que era acima de tudo um cavalheiro. Nasceu em Vinhais (Barracão) e estudou em Bragança. Conheci outro Capitão para-quedista de Carragosa (Bragança) que em 1972 comandou uma Companhia de páras num desfile em Belém na inauguração do monumento a Gago Coutinho e Sacadura Cabral que foi um momento de grande orgulho para as Tropas Pára-quedistas pois que os dois homenageados pertenciam à Marinha e a Força Aérea destacou os Páras para a representarem em tão importante ocasião. Não me recorda do seu nome, mas creio ser Gomes.
Claro que muitos mais haveria a mencionar mas para além de fastidioso, eu não teria conhecimento para tal empresa.
A classe de Sargentos era a que mais gente de Bragança comportava. O mais admirado era o nosso primeiro Cereja que tinha fama de ser para além de outros atributos o de melhor "pisteiro" das Tropas Pára-quedistas. Quando eu era encarregado da secção de fardamento da 1CCP o 1 sargento da Companhia soube que eu era de Bragança. Chamou-me então e perguntou-me se eu conhecia o 1 Cereja. Respondi afirmativamente e acrescentei que ele era afilhado do meu pai. O homem nem queria acreditar tal era a admiração que nutria por ele. Era já naquele tempo o primeiro sargento da Força Aérea em antiguidade, pois como já tinha feito duas comissões no Ultramar o tempo de serviço era gratificado a 100/" a antiguidade deste Sargento era já maior do que a de qualquer outro Sargento da Força Aérea.
O 1 Sargento Alberto de Sousa era um admirador incondicional do brigantino 1 Cereja, mas como ele milhares de outros páras tinham o mesmo sentimento.
O segundo personagem da classe de Sargentos é nada mais nada menos que o 1 Machado. O Machado era o nome porque era conhecido na tropa o Carlinhos dos Nogueiros que morava na Boavista e trabalhou nos Nogueiros & Compª antes de assentar praça. Seguiu a carreira militar e especializou-se em Educação Física e em Saltos em Queda Livre. Era uma força da Natureza. Competente, como poucos a sua fama chegava a todos os que pertenciam ao Batalhão de Instrução como alunos da 1a, 2 e 3a de Alunos Especialista em Kalistenicas Toros & toda a Educação Física dos cursos de pára-quedismo, de Combate e tudo que tivesse a ver com Instrução e Saltos em queda livre, era a sua praia Sargento de grande competência era admirado e considerado por todos os que por ele foram instruídos. Do primeiro curso de pára-quedismo para mulheres sabemos que uma moça de Bragança foi apurada para o frequentar. Chamava-se Rosa Exposto e foi das primeiras enfermeiras das tropas pára-quedistas tendo atingido o grau de oficial. Não sei qual foi o último posto na sua carreira, porque nunca me cruzei com ela nas minhas andanças pela tropa. Só uma vez fui à enfermaria pois queimei as costas quando me deu para tirar a camisola numa peladinha no campo de futebol. À enfermeira Tenente que me atendeu perguntei pela enfermeira Rosa e ela informou-me da sua permanência no Ultramar em missão de serviço.
Sei que fez carreira na tropa e que é hoje um símbolo das Mulheres nas Tropas Pára-quedistas.

continua...

V.N. de Gaia, manhã do dia de Páscoa



09/04/2023
A. O. Dos Santos
(Bombadas)

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