O castelo, ou o que resta dele, fruto dessa guerra, foi palco para a recriação histórica daquele que foi um dos momentos mais marcantes da história da cidade, com a morte de centenas de pessoas e o abandono da diocese.
“1500 arrobas de pólvoras rebentarem numa cidade destas sem dúvida que cria aqui um tempo de atraso, de retrocesso, de inglória. Levou quase 200 anos a recompor-se. Para lá da guerra perdeu também a sua diocese, o senhor bispo abandonou a cidade e foi para Bragança e isso foi melindroso para toda a comunidade mirandesa”, explicou o professor de História, Herminio Bernardo.
Entre sexta-feira a domingo, foram várias as recriações da invasão do exército franco-espanhol a Miranda do Douro. Marco Moreno, da companhia de teatro Almanach, diz ter sido uma grande responsabilidade recrearem um momento tão importante, tendo em conta a riqueza do território de Miranda.
“Miranda é um sítio belíssimo, com tradições, identidade, cultura únicas, que devemos nós, resto do país, tentar também preservar, cultivar, incentivar à continuação da prática do ensino do mirandês nas escolas, da cultura de Miranda. É uma responsabilidade enorme virmos a esta pequena terra, mas com tanta história, recriar estes momentos”, disse.
A iniciativa atraiu gentes da terra mas também visitantes espanhóis, que se mostraram encantados.
“Encanta-me o ambiente que aqui há. Tínhamos visto que havia festa e viemos”, disse uma espanhola que visitava Miranda no fim-de-semana.
A “Guerra do Mirandum” foi o pretexto para a representação de mais marcos históricos de Miranda do Douro. A presidente da câmara, Helena Barril, promete que para o ano haverá mais.
“A riqueza histórica de Miranda também nos vai proporcionar acontecimentos desta natureza para dar a conhecer mesmo aos mirandeses e a estes povos que nos cercam, mas será também uma forma de promover turisticamente Miranda, porque este conceito de feiras é muito acarinhado pelo público, portanto é uma questão de olharmos para os livros de história e verificarmos quais são os factos que queremos lembrar, mas sempre aqui à volta do castelo”, referiu.
Além das representações, não faltaram as barracas de comércio, de artesanato e de fumeiro, e também as típicas tabernas.
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