Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Na semana passada mandei reparar as fitas das persianas. Encontravam-se em péssimo estado de conservação.
Consultei várias casas da especialidade. Confrontei custos; e acabei por entregar a tarefa a quem me fez melhor preço.
No dia designado apareceu-me sujeito esgrouviado, de meia-idade, portador do material necessário.
Olhou as janelas, abalou doutoralmente a cabeça, e disparou:
- Veja: se é trabalho que se apresente! Logo se vê que foi serviço de biscateiro ou oficial incompetente. As barras estão mal casadas...
Sorri-me contrafeito, recordando que o operário que as colocara, criticara acerbamente, o mal trabalho do construtor, por não ter executado as “caixas” devidamente espaçosas.
Em regra, critica-se o serviço do anterior: seja o pedreiro; seja o mecânico do automóvel; seja o dentista; seja o médico, que muitas vezes, sorri arteiramente, do diagnóstico do colega...
Na política, que é o espelho da sociedade, acontece o mesmo: a culpa de todo o mal, é sempre do anterior.
No século XIX, os liberais, diziam que – devido aos maus governos dos absolutistas, o país estava na penúria. Os republicanos, por sua vez, acusavam o desgoverno de D. Carlos.
Quando Salazar tomou a diretriz da nação, amargamente se lamentava que encontrou os cofres do Estado vazios, o que obrigou a um colossal aumento de impostos. Após a queda do Estado-Novo, que estava velho, todos acusavam, Salazar do deplorável estado da nação, e o enorme atraso que existia perante a Europa.
Após a Revolução de Abril, sempre que se formava novo governo, o Primeiro-ministro queixava-se de ter recebido, a nação, mal orientada.
A culpa, em regra, é do anterior. É sempre assim, e assim será…
A propósito: Há quantos anos se diz que o Brasil é os pais de futuro? A nação irmã ou filha – como alguns dizem, – aguarda, ao longo de vários lustres, pelo futuro, que nunca chega.
E Portugal? Há quantos anos se espera por um futuro melhor? Passam décadas e décadas, gerações e gerações, e nunca se vê a prometida luz ao fundo do túnel.
Consultei várias casas da especialidade. Confrontei custos; e acabei por entregar a tarefa a quem me fez melhor preço.
No dia designado apareceu-me sujeito esgrouviado, de meia-idade, portador do material necessário.
Olhou as janelas, abalou doutoralmente a cabeça, e disparou:
- Veja: se é trabalho que se apresente! Logo se vê que foi serviço de biscateiro ou oficial incompetente. As barras estão mal casadas...
Sorri-me contrafeito, recordando que o operário que as colocara, criticara acerbamente, o mal trabalho do construtor, por não ter executado as “caixas” devidamente espaçosas.
Em regra, critica-se o serviço do anterior: seja o pedreiro; seja o mecânico do automóvel; seja o dentista; seja o médico, que muitas vezes, sorri arteiramente, do diagnóstico do colega...
Na política, que é o espelho da sociedade, acontece o mesmo: a culpa de todo o mal, é sempre do anterior.
No século XIX, os liberais, diziam que – devido aos maus governos dos absolutistas, o país estava na penúria. Os republicanos, por sua vez, acusavam o desgoverno de D. Carlos.
Quando Salazar tomou a diretriz da nação, amargamente se lamentava que encontrou os cofres do Estado vazios, o que obrigou a um colossal aumento de impostos. Após a queda do Estado-Novo, que estava velho, todos acusavam, Salazar do deplorável estado da nação, e o enorme atraso que existia perante a Europa.
Após a Revolução de Abril, sempre que se formava novo governo, o Primeiro-ministro queixava-se de ter recebido, a nação, mal orientada.
A culpa, em regra, é do anterior. É sempre assim, e assim será…
A propósito: Há quantos anos se diz que o Brasil é os pais de futuro? A nação irmã ou filha – como alguns dizem, – aguarda, ao longo de vários lustres, pelo futuro, que nunca chega.
E Portugal? Há quantos anos se espera por um futuro melhor? Passam décadas e décadas, gerações e gerações, e nunca se vê a prometida luz ao fundo do túnel.
Quando será que e chegaremos ao: "Futuro"?
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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