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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Igreja de São Lourenço, Fontes Barrosas. “Estes são os tesouros da Igreja”!

 Situada a 8 km de Bragança, pertence à freguesia do Castro de Avelãs juntamente com a aldeia de Grandais. Até ao século XIX era anexa à comenda de Conlelas, juntamente com Lagomar e Sabariz. Estando a Igreja situada fora da localidade, em 1710 os habitantes de Fontes Barrosas pedem que seja mudada para «dentro do povo».
Meio século depois, as «Memórias Paroquiais de 1758» falam na sua implantação no centro de um povoado disposto em “ladeira” e da existência de três altares: altar-mor, com o Orago São Lourenço e o Santíssimo Sacramento; do Santo Cristo, no lado evangelho; de Nossa Senhora do Rosário, no da epístola, este com irmandade composta de 500 irmãos. Nota para referências orais da putativa existência de uma capela, eventualmente medieval, dedicada a São Martinho, situada 500 metros a Sul da aldeia. Sobrelevada e na confluência de dois arruamentos, a Igreja está vedada por adro murado.



Orientado para Sul, um típico frontispício de portal de verga reta, alpendre telhado e pequeno óculo circular, tem o pano truncado por campanário de dupla sineira em arcos de volta perfeita, coroado por cruz trevolada, ladeada de fogaréus. Do lado direito abre-se porta de entrada comum no Templo e, no esquerdo, existem escadas, protegidas por alpendre, a dar passagem para o coro-alto, de guarda balaustrada, por onde se acede às sineiras. No interior, releva-se na parte fundeira presépio em retábulo a branco, datado de 1920. Do lado do evangelho constam um vão de verga reta granítica com pia batismal e dois originais confessionários embutidos, em granito. O púlpito, de acesso pela sacristia, tem guarda em madeira balaustrada policromada, assente sobre plataforma de granito piramidal invertida. Os altares colaterais, o arco triunfal, o altar-mor e as pinturas de teto formam um harmonioso conjunto tardo-barroco/rocaille, com restauro de 2010. Os altares, de eixo único e gémeos, em talha cromada a branco, azul e rosa e decoração vegetalista dourada, mantêm dedicação ao Santo Cristo e a Nossa Senhora do Rosário. A mesa é tipo urna a azul e o sotabanco, com sacrário, galbado com três degraus. O retábulo define-se por duas colunas lisas com decoração no fuste e capitel de aproximação coríntia. O nicho que acolhe o Santo tem moldura polilobada, encimado por espaldar recortado. Adjacentes a cada um dos altares, apostos em meios arcossólios, apreciam-se três pinturas molduradas: as do lado evangelho referem-se à Crucificação, Ressurreição e Ascensão de Jesus Cristo; as do lado da epístola às Almas do Purgatório; São Francisco de Assis junto da Virgem com o Menino e a Coroação da Virgem Maria; este tem ainda vitral alusivo ao Menino Senhor do Mundo. O arco triunfal, assente em pilares moldurados, é de volta perfeita, revestido a talha e coroado por resplender com pomba do Espírito Santo ao centro. É encimado por espaldar a interligar os retábulos. A Cobertura, forrada por 15 caixotões com pinturas a óleo, respeita a Apóstolos e aos Evangelistas. O altar-mor, com mesa tipo urna, é de três eixos, definidos por quatro colunas lisas no terço inferior do fuste e torsas no restante, com putti e vegetalismos nas espiras, e capitel estilo coríntio. Na tribuna, de moldura recortada e volta perfeita com cortina de camarim bordeaux entreaberta, está trono escalonado de 4 pisos, sem imaginária. Sobre o sacrário assenta Cruz de Cristo e nos eixos laterais, entre as colunas, sobre mísula e dossel cimeiro, expõem-se as imagens do Orago São Lourenço de Huesca e de Santa Clara de Assis, padroeira da festa da aldeia a 12 de agosto. O ático apresenta cimeira Cruz da Ordem de Cristo. O pintado teto da capela-mor, em berço e datado de 1816, tem cartela central com São Lourenço Diácono e os atributos do martírio, com dois evangelistas em cada ala. Do lado do evangelho abre-se porta de entrada para espaçosa sacristia e compartimento de arrumos. Da rusticidade arquitetónica à beleza da religiosidade interior, é Igreja de visita obrigatória.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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