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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 15 de julho de 2025

A Alma Elétrica dos Anos 70. Uma Oração ao Rock Imortal


Houve uma década em que as guitarras falavam mais alto que o mundo. Um tempo em que os solos dilaceravam a alma, as letras eram hinos de liberdade e inquietação, e cada nota tinha o poder de incendiar consciências. Os anos 70 não foram apenas uma época, foram uma revolução sonora. Um estado de espírito. Um grito de resistência embalado em distorções poéticas.
O rock dos anos 70 nasceu das cinzas dos anos 60 e tornou-se a espinha dorsal de uma geração sedenta de verdade e liberdade. E ali estavam eles, os deuses eléctricos, a guiar-nos por desertos de dúvida e mares de utopia.
The Beatles, embora tenham iniciado a sua jornada na década anterior, deixaram um legado tão profundo que os seus ecos ressoaram por toda a década de 70 e além. O seu desmantelamento em 1970, não foi o fim, mas o início de novas ramificações, as carreiras a solo de Lennon, McCartney, Harrison e Starr trouxeram-nos canções que carregavam o mesmo espírito revolucionário. Álbuns como “Imagine”, “All Things Must Pass” e “Band on the Run” mantiveram viva a centelha do génio coletivo que tinha mudado a música para sempre. Os Beatles ensinaram-nos que o rock podia ser poesia, experimentação, amor e resistência, tudo ao mesmo tempo.
Pink Floyd, com os seus universos sonoros cósmicos, levou-nos para além das fronteiras do pensamento. “The Dark Side of the Moon” e “Wish You Were Here” não eram apenas álbuns, eram viagens existenciais, espelhos de uma humanidade dividida, mas eternamente bela. Ouvi-los era (e é) mergulhar em águas profundas, onde o som é silêncio e o silêncio é revelação.
Creedence Clearwater Revival, com o seu rock sulista, cru e autêntico, cantou as raízes, os pântanos, a vida simples e dura, mas sempre pulsante. Era música com terra nos pés e trovões no peito. Era América, mas era também mundo, porque os seus acordes ecoam onde quer que exista alma.
E, claro, The Rolling Stones, os eternos rebeldes. A sua energia suada, crua, visceral, atravessava gerações com uma urgência que ainda hoje não se apaga. “Satisfaction”, “Gimme Shelter”, “Angie”, cada canção era um tiro de vida, uma celebração do caos e da beleza.
Led Zepellin e tantos outros...
O rock dos anos 70 foi liberdade sem pedir licença. Foi política, foi amor, foi fúria. Foi feito de vinil, amplificadores a chiar, cabelos compridos e corações abertos. Hoje, em tempos de playlists descartáveis e modas relâmpago, há quem ainda procure nas velhas faixas aquele sabor autêntico, o arrepio ao ouvir o primeiro acorde de “Shine On You Crazy Diamond” ou o rasgo de voz em “Fortunate Son”.
O verdadeiro rock não envelhece. Transforma-se em memória, em culto, em identidade.
E nós, órfãos de uma era que não volta, mantemo-lo vivo. Em cada disco riscado, em cada guitarra guardada, em cada lágrima ao som de um refrão esquecido.
O rock dos anos 70 não morreu. Está aí, à espera de ser descoberto, relembrado, gritado.
Lento. Feroz. Imortal.
Gostava de vir cá um dia, daqui a 200 anos, só para ouvir em vinil "Angie", "Whiter Shade of Pale"...e... vá lá, permitam-me ficar pelo menos uma semana... daqui a 200 anos.

HM

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