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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 29 de julho de 2025

Observar aves no Douro Internacional: procurar o grifo no Penedo Durão

 O miradouro do Penedo Durão, no Douro Internacional, é daqueles lugares que nos faz parar e admirar. Não só pela paisagem — que é impressionante — mas pelo silêncio, pela altitude e pela sensação de estar num limite entre o céu e a terra. Fui lá com a intenção de fotografar aves necrofagas. Sabia que era um bom local, mas como acontece muitas vezes, não sabia se ia conseguir ver alguma coisa.


O tempo estava soalheiro, mas com uma luz difusa resultante da presença de nuvens. Esperei com calma, atento ao movimento nas escarpas. Foi então que reparei num vulto parado entre as rochas: o grifo.

É uma ave imponente. O grifo (Gyps fulvus) é uma das maiores aves necrofagas da Europa e pode atingir mais de dois metros e meio de envergadura. Apesar disso, consegue ser discreto quando pousa nas encostas, quase da mesma cor da pedra. Só o pescoço claro e a forma do corpo o distinguem do resto da paisagem.

Apesar da distância, consegui algumas fotografias com a teleobjetiva. Ele ficou ali algum tempo, imóvel, até levantar voo com calma — sem pressas, aproveitando as correntes de ar. Mais tarde, cruzei-me com outro grifo a sobrevoar o vale, sozinho, com o céu como fundo. Também esse momento acabou registado. Manter a distância não serve apenas para evitar perturbar as aves — é também uma oportunidade para incluir o ambiente que as rodeia na composição. No caso do grifo, o contraste entre a sua silhueta e as escarpas do Douro ajuda a contextualizar o habitat, dando escala e profundidade à imagem. Em vez de isolar o animal, a fotografia passa a contar uma história mais completa sobre o lugar onde ele vive.

O grifo é necrófago, alimenta-se de animais mortos, e tem um papel importante na limpeza dos ecossistemas. É uma espécie protegida, que depende de zonas com pouca perturbação humana para sobreviver. No Douro Internacional ainda encontra esse refúgio — mas é uma presença frágil, que exige atenção e respeito.

Estes registos foram feitos à distância, sem sair dos trilhos e sem forçar aproximações. Fotografar fauna selvagem, para mim, tem muito a ver com isso: estar presente, com tempo e respeito, e aceitar que nem sempre se consegue o clique perfeito. Mas quando acontece, como neste caso, vale a espera.

Informações úteis para quem quiser visitar o Penedo Durão

Localização:

O miradouro do Penedo Durão fica no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em pleno Parque Natural do Douro Internacional. Tem acesso por estrada asfaltada e estacionamento no topo.

Melhor altura para observar grifos:

Primavera e início do verão, especialmente em dias com boa visibilidade e correntes térmicas. Ir cedo ou ao final da tarde ajuda a evitar multidões e aumenta a probabilidade de avistamentos.

Equipamento fotográfico recomendado:
Teleobjetiva de pelo menos 300mm;
Tripé leve ou monopé (opcional);
Roupas discretas e confortáveis;
Binóculos (para observação sem fotografar).

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