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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Não é não é não

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)


 Querem por força fazer-nos crer que o “não é não” em que se baseou que a última campanha eleitoral da AD quer a anterior, continua válido, apesar dos evidentes sins; que continua vivo, mau grado a notória falta de sinais vitais.
Quer o pretendente, quer o incumbente Montenegro afirmou, garantiu e jurou, repetidamente antes das eleições que ao contrário do seu antecessor, Rui Rio, com ele a extrema direita estaria totalmente arredada do governo que pretendia liderar. Fosse por isso ou não, como sabê-lo?, o certo é que enquanto o antigo edil portuense perdeu a contenda eleitoral de forma retumbante, o ex-líder parlamentar de Passos Coelho ganhou-as e, repetindo o refrão, depois de o ter minimamente honrado, reforçou a votação. Seria de esperar que não houvesse cedências nesse aspeto até porque o próprio deve ter considerado ser essa uma mais valia ou, de outra forma, não insistiria nessa fórmula quando se apresentou de novo a sufrágio popular. Não só por isso mas ainda e sobretudo porque na atual legislatura tem “ao seu dispor” um PS menos aguerrido e muito mais cooperante, não só pela diminuição de representatividade mas também pela atitude assumida pelo seu novo Secretário Geral.
E, porém, é com a extrema direita que a AD se entende e a quem cede, precisamente nas áreas em que aquela é mais agressiva, mas radical e mais extremista. E, digam o que disserem, jurem rejurem o que entenderem, não se trata de “mero acordo parlamentar pontual”. As alterações propostas representam uma viragem ideológica nos aspetos humanistas social democratas e democratas cristãos. Se fosse “apenas” parlamentar seria natural oficializa-lo nos Passos Perdidos e não na residência oficial do Primeiro Ministro, onde foi, aliás, anunciado a solo e com grande fanfarronice. E toda esta encenação, podendo, noutros casos ser de somenos, não o é aqui pois a entrada solitária, tal como a saída desacompanhada e triunfal, revelou a figura quase paternalista de alguém que ali veio impor os seus ditames e saiu, declarando terem colhido aceitação as suas principais revindicações. De tal forma foi bem-sucedida a ida a S. Bento que estou em apostar que o inefável visitante, nos escassos momentos em que esperou no hall de entrada, deve ter olhado atentamente nos móveis da sala e nos quadros da parede para começar a pensar no que quererá, no futuro, mudar, substituir ou reformar. Cheirou-lhe a poder, de forma intensa e convincente.
É verdade que não tem ainda qualquer poder executivo. Mas, mais importante, diria mesmo, mais poderoso, é ser capaz de influenciar quem o exerce.
Na minha breve passagem pela política regional tive a oportunidade de participar em algumas reuniões com Ministros, Secretários de Estado e Diretores Gerais. E também numa com o então todo poderoso Duarte Lima. Esta última superou, de longe, todas as outras. Porque enquanto aqueles prometiam moderadamente, justificavam o que não faziam e tentavam convencer das dificuldades da governação, o líder parlamentar de então alardeava o seu incomensurável poder de influenciar, condicionar e pressionar, sem desculpas, sem justificações, sem restrições. Foi assim que auferiu a aura de poder, que efetivamente tinha, tanto assim que, depois da primeira travessia do deserto, quando regressou, sem qualquer cargo institucional, conseguiu reunir no Pavilhão de Portugal a fina flor da politica e da finança em evento de apoio à “sua” Associação Portuguesa contra a Leucemia e que, para além dos inegáveis recursos trazidos para esta, igualmente demonstravam a sua aura e lhe poliam o ego.


José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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