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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Um rei, «o Restaurador», que não teria existido sem... imenso «sangue Braganção»!

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Ontem tivems um feriado que, muitos ainda o desconhecerão, não existiria sem imenso «sangue Braganção». Já por aqui trouxe, recentemente, essa particularidade que é, porém, muito maior do que a inicialmente apresentada. A verdade é que não pode trazer-se tudo ao mesmo tempo, caso contrário, «perderia a piada»… 

Já toda a gente terá ouvido falar ou lido algo sobre os «Bragançãos». Parecendo, no entanto, não passar da mera curiosidade de uma família que, em tempos antigos, «muito lá para trás», deve ter tido algum papel relevante. E teve-o, de facto, muito superior àquele que a «cartilha historiográfica» nos vende. Afinal, parece não ser muito conveniente elevar estas magníficas terras. E nem os de cá parecem ter muito interesse nisso… Afinal, não fomos sempre pequeninos?… E sem História relevante?… A verdade, todavia, e volto a repeti-lo, sem «sangue bragançano», mais de metade da História de Portugal, como a conhecemos, não teria existido!

Poucos quererão saber disso, mas não desisto facilmente. Já procurei explicar por aqui, mais ou menos superficialmente, que D. João IV carregava «sangue bragançano» por via, inicialmente, feminina, através da sua pentavó, directa descendente dos célebres «Bragançãos». O que significa que o seu tetravô, o filho de D. Fernando I, que tem a estátua no Castelo de Bragança, passou a carregar «sangue bragançano». Este último, D. Fernando II, que teve dois dos seus filhos como trisavôs de D. João IV. E um deles casaria com mais uma descendente directa dos «Bragançãos»! Como tal, uma trisavó do «Restaurador» também tinha «sangue bragançano»! Por sua vez, três dos bisavós… também tinham «sangue bragançano»! 

Resultando esta amálgama familiar no facto de os avós paternos de D. João IV serem primos direitos, ambos carregando… «sangue bragançano»! Significa isto que o pai de D. João IV, o 7º Duque de Bragança, D. Teodósio II, tinha, duplamente, «sangue bragançano»! Em conclusão… 

Por diversas vias, o «nosso Restaurador» não teria existido sem os nossos «Bragançãos» e, como tal, sem o dito «sangue bragançano». Assim sendo, amanhã tratem lá de agradecer aos «Bragançãos» o bendito feriado. “Sim eis, num hab’ria f’riadu p’ra ninguém’e! Ah, peis é”! E nós, ao invés de exaltarmos isso, procurando recolher uma qualquer benesse, mais não fosse de âmbito turístico, ao género de «venham às terras sem as quais não gozariam uns feriados durante o ano», cá permanecemos nestas tacanhez e mesquinhez de “queitadinhus’e”, à espera que um qualquer milagre, que nunca acontecerá, nos devolva, por exemplo, as Linhas do Tua e do Sabor… 

Entretanto, os «Bragançãos», considerada que é a segunda família mais importante do que se designa como o «Início da Nacionalidade», descendentes directos do Grande Fernando Magno, do Grande Afonso VI «o Imperador», estavam em pé de igualdade com as Dinastias de Borgonha e de Avis! Como se tudo isso não bastasse, ainda doaram, por diversas vias, os seus genes à Dinastia de Bragança! Coisa pouca… Sem os nossos «Bragançãos», não teríamos tido o 8º Duque de Bragança, futuro D. João IV! E não teríamos feriado amanhã… Só fico a imaginar se isto se passasse no Minho ou no Ribatejo. Ou no Porto… Ou em Coimbra… ou em Lisboa… Triste sina a nossa, os «Bragançãos» eram de «Terras de Bragança»… 

Talvez muitos nem sequer valorizem o que acabei de escrevinhar, preferindo umas comezainas, mais umas feirinhas e feirolas… Numas terras que têm tanto, mas tanto, que poderia ser «vendido» ao exterior de outra forma! Entretanto, com as habituais posturas, lá vamos definhando, ano após ano... Pois a este que vos «massacra» com estas incursões, «podem roubar-lhe a comida, mas jamais lhe roubarão a fome»...

Com os trasmontanos desejos de um bom feriado a todos! 

(Foto: © Museu Militar)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

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