A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mirandela comemora 131 anos de existência.
Em entrevista ao Jornal NORDESTE, o presidente da direcção, Marcelo Lago, faz um balanço positivo dos cerca de 20 anos a acompanhar os Soldados da Paz.
Jornal Nordeste (JN) - Que razões o levaram a aceitar o desafio de ser presidente da Associação?
Marcelo Lago (ML) - Eu na minha vida sempre pensei em tentar fazer alguma coisa em prol das comunidades, quer noutras funções, quer na Associação, este é o motivo. Esta é uma associação que é fundamental para podermos, de facto, servir os outros sem olhar a meios, interesses pessoais, cores políticas ou religiões.
Para nós, Bombeiros Voluntários, o serviço tem de ser prestado igual para toda a gente, não há melhores, nem piores, não há bons, nem maus, nós fazemos o nosso serviço como cidadãos e só isso.
JN - Que balanço faz da actividade desenvolvida desde que assumiu a direcção?
ML - A associação está à vista, quer em meios humanos, técnicos, materiais, equipamentos individuais, quer em instalações. Penso que temos das melhores situações a todos os níveis, desde as condições de trabalho, condições de bem-estar a condições sociais. Temos os melhores equipamentos para poder servir em todas as vertentes. A nível de homens e mulheres temos formação, que ultimamente esteve muito parada e por isso houve algumas dificuldades em anos anteriores, mas agora tem havido muita formação e nós temos constantemente gente em formação na vertente da saúde, nos incêndios urbanos e florestais, desencarceramento, acidentes de aviação, entre outros. Temos pessoal formado em todas as vertentes e para isso é preciso ter profissionais e profissionais. Porquê? Porque o voluntário tem a vida pessoal dele, não pode estar disponível 24 horas por dia como está o profissional. O profissional também é voluntário, pois, não dão oito horas por dia de trabalho, dão 12 e 14 e 16 e se for necessário até dão mais e nunca verifiquei em ninguém má cara por estar a prestar um serviço à comunidade, dão com todo o gosto sem exigir nada em prol deles.
JN - Qual é a situação financeira da Associação Humanitária que dirige?
ML - A nossa situação financeira é muito boa, não digo boa, digo muito boa. Investimos ainda agora em viaturas cerca 250 mil euros, estão pagos. Todos os anos, investimos em equipamentos de vários níveis, temos melhorado as instalações, colocamos a cobertura no quartel todo no ano passado, estamos a substituir todas as portadas e janelas, que eram de ferro por alumínio. Todos os anos fazemos investimentos de milhares de euros e felizmente temos a situação económica equilibrada.
JN - A Associação tem projectos para o futuro?
ML: Em primeiro lugar, vamos dar continuidade ao trabalho que temos desenvolvido, penso que tem sido positivo. Em segundo lugar, vamos continuar a tentar arranjar outra alternativa para rentabilizar e criar condições para podermos vir a servir melhor.
JN - Em relação à fase crítica de incêndios que se aproxima, é uma preocupação para os Bombeiros de Mirandela?
ML - Preocupação é sempre, porque nós não somos bombeiros só para Mirandela, somos bombeiros para o País. Neste caso concreto, nós podemos ser requisitados para outros concelhos e até para fora do distrito, e nesse caso nós temos de dar respostas desde que as condições nos permitam dar essa resposta e colaborar com outras associações.
Estamos equipados e preparados. Temos três grupos que diariamente, 24 horas por dia, 20 homens e mulheres, estão disponíveis para os incêndios florestais. E temos, depois, os serviços correntes de saúde que mantemos logicamente para dar respostas, quer nas emergências quer nas transferências urgentes e não só.
Portanto, temos todos os serviços, estamos preparados para isso, temos equipamentos mais que suficientes. Felizmente pode-nos avariar um carro ou termos um acidente que temos sempre um carro ou outro para dar resposta.
A nível de equipamento individual também fez-se agora o investimento de mais de 18 mil euros para equipamento individual devidamente homologado.
Marcelo Jorge Lago, 72 anos, é natural de Cabanelas, no concelho de Mirandela. Foi autarca de Mirandela durante 13 anos. Actualmente, assume a liderança da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários e Cruz Amarela.
Destaques:
“Todos os anos fazemos investimentos de milhares de euros e, felizmente, temos a situação económica equilibrada”
in:jornalnordeste.com
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