Ainda não vai ser esta época que, a grande maioria das corporações de bombeiros vão poder contar com novos equipamentos de protecção individual.
Depois do verão fatídico de 2013 em que oito bombeiros portugueses perderam a vida no combate a incêndios florestais, seguiu-se uma negociação entre o Governo e as CIM’s – Comunidades Intermunicipais para adquirir estas ferramentas.
Apesar da tutela ter reconhecido a necessidade de melhorar os equipamentos, estes não foram conseguidos para a data inicialmente prevista, ou seja, para maio deste ano, no decurso da Fase Bravo.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses classifica esta falha como um “descuido gravíssimo”.
“O Governo negociou com as CIM’s, Comunidades Intermunicipais, em março de 2013 para que estas abrissem concursos para equipamentos de proteção individual.
Eu não sei porque razões, e queria chamar-lhes outra coisa, por um descuido grave, gravíssimo, nada disso foi cumprido”, frisa.
E praticamente nenhum corpo de bombeiros em Portugal tem esses equipamentos. Porque foram entregues uns capacetes, umas botas, e a outros meia –dúzia de calças, isso é uma coisa invisível ao todo e era correspondente apenas a 50% dos equipamentos.
Os outros 50%, são feitos pela Autoridade Nacional da Proteção Civil, que pensa entregar até ao final do ano, quando muito até à primavera do ano que vem.”
A aquisição de novos equipamentos, lançada através de concurso público no ano passado, não chegou a tempo da pior época dos fogos florestais, a Fase Charlie, que arranca a 1 de julho e vai até 30 de setembro.
Assim, a maioria dos bombeiros ainda vai enfrentar este ano as chamas sem o devido equipamento de protecção individual que os deveria defender de eventuais queimaduras e cortes.
Marta Soares afiança que a Liga tem pressionado o Governo para esta premente necessidade.
“Quem tem uma boa ferramenta faz um bom artífice. Portanto essa é uma boa questão, que nos deixa revoltados”, enfatiza o responsável.
A Liga tem pressionado o Governo, mas não pode fazer mais do que isso. E a Liga vai também questionar, no futuro, para ir ver os equipamentos, para os recolher, para ver nos laboratórios que os possam certificar da sua qualidade, à dimensão daquilo que nós desejamos e queremos para que não haja dúvidas em relação às situações de perigo com que os bombeiros se podem deparar no dia-a-dia”, afiança, Marta Soares.
Para este verão, grande parte dos combatentes vai usar apenas uma farda, de algodão, e botas que não são resistentes ao fogo, pois o reforço dos equipamentos individuais para os soldados da paz deverá ser possível para o próximo ano.
Na fase mais critica, apelidada de Charlie, entre 1 de Julho e 30 de Setembro, o distrito conta, ainda, com 208 bombeiros, mais 20 do que no ano passado, e um total de 473 operacionais
Informação ONDA LIVRE
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