A Escola Básica de Izeda é a que apresenta os resultados mais baixos, numa situação
que se pode explicar tendo em conta o contexto sócio-económico daquela zona do concelho de Bragança.
“Não é por falta de empenho dos docentes”, garante a diretora do Agrupamento Abade de Baçal, do qual a escola faz parte. Teresa Sá Pires frisa que existem vários fatores a ter em conta para esta análise. Desde logo, o facto de muitos dos progenitores dos alunos que frequentam a escola se ausentarem regularmente para Espanha, em trabalho. “São famílias que se deslocam várias vezes ao ano. Umas vezes levam os filhos, outras deixam-nos ao cuidado de
outras pessoas, o que acaba por influenciar o rendimento escolar”, frisa. Por outro lado, “as próprias expectativas que as famílias têm em relação à escola já são baixas”, sublinha.
Outro aspeto a ter em conta é o facto de muitos alunos serem deslocados, saindo de casa “de manhã e só regressando à noite”, o que influencia o tempo de estudo.
Ora, no quarto ano, a escola que mais se destacou nos exames foi mesmo a de Alfândega da Fé, tanto a Português como a Matemática.
José Lopes, o diretor do agrupamento de escolas daquele concelho, realça que os
resultados "têm a ver com o trabalho de professores, alunos e dos seus familiares". "É uma estratégia deliberada do Agrupamento para incentivar alunos e professores ao rigor. Não houve notas esticadas. A avaliação interna ficou muito próxima da avaliação externa", sublinhou.
No extremo oposto está a escola de Torre de D. Chama, que teve os piores resultados do distrito no quarto ano.
Miguel Torga e Sendim brilham no sexto ano
No sexto ano, as melhores notas pertencem ao Agrupamento Miguel Torga, em Bragança, a Português, e à escola de Sendim, Miranda do Douro, a Matemática.
"São resultados espetaculares, até porque foi apenas o segundo ano em que tivemos o segundo ciclo a funcionar. Revela um trabalho muito interessante que tem sido feito em termos organizacionais e de política educativa no agrupamento", aponta José Carrapatoso, o diretor do agrupamento Miguel Torga, com 60,7 de média de notas. Apenas este agrupamento e o de Vimioso ultrapassaram os 60 pontos.
Note-se, no entanto, que estes resultados são influenciados pelo número de exames realizados. Nos concelhos menos populosos do distrito, as notas têm tendência a ser mais altas por haver menos provas realizadas enquanto que os agrupamentos com mais alunos tendem a sair penalizados pois as melhores notas têm de ser divididas por um número maior de exames realizados.
in:mdb.pt
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