Testamento de D. Afonso II, de 27 de Junho de 1214 |
Para o deputado português José Ribeiro e Castro estas são razões mais do que suficientes para comemorar. “Queremos saudar uma das mais importantes línguas internacionais e contemporâneas em tempo de globalização. A língua portuguesa é ela própria uma ferramenta da globalização”, sublinha o deputado, que promoveu, em conjunto com o editor João Pinto, o 'Manifesto 2014 - 800 anos da língua portuguesa' - subscrito por mais de 50 personalidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O texto do manifesto é proclamado hoje junto ao Padrão dos Descobrimentos, onde 800 crianças irão lançar 800 balões com desenhos de artistas plásticos dos oito países da CPLP. Embaixadores e representantes oficiais destes países juntam-se ao evento, que terá momentos de dança e declamação de poesia. À noite, no Martim Moniz, serão lançados outros 244 balões luminosos, símbolo dos 244 milhões de falantes de português em todo o mundo.
Macau também vai celebrar: hoje de manhã, serão lançados balões a partir da Escola Portuguesa.
Testamento real é o marco histórico
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, o Presidente da República e o primeiro-ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak e Xanana Gusmão, o embaixador Hélder Lucas, chefe da Missão de Angola junto da CPLP, o embaixador de Moçambique em Portugal e secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, e o presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, são algumas das personalidades que subscreveram este manifesto. O documento é assinado também por escritores - como Pepetela, José Eduardo Agualusa e António Lobo Antunes -, linguistas, jornalistas e personalidades da cultura.
Mas porquê 27 de Junho? É que há precisamente 800 anos, no dia 27 de Junho de 1214, era assinado em Coimbra o Testamento do rei D. Afonso II - considerado o mais antigo documento oficial escrito em português.
O objectivo inicial dos promotores da iniciativa era celebrar este marco a partir do Brasil, epicentro do Campeonato do Mundo de Futebol. “Gostaríamos que houvesse uma grande festa no país onde se realiza a copa do mundo e se fala português”, explica Ribeiro e Castro. Mas, lamenta o deputado do CDS, “não foram reunidas condições para isso”, em parte devido ao “contexto politicamente problemático do mundial”.
in:sol.pt
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