Luís Augusto da Silva |
Deu um testemunho sobre a criação e funcionamento da Taberna dos Pais. Se o Pai geria o negócio, na cozinha mandava a Mãe e a Avó paterna de Luís, Dona Maria Elisa. Além dos petiscos diários, confeccionavam refeições completas, especialmente nos dias de feira. Uma das especialidades na estação e para quem podia pagar era lampreia. As lampreias, tal como as enguias, vinham numas serapilheiras colocadas em cestos, trazidas de comboio pelas mulheres da Barca de Alva.
Fritavam as lampreias e as enguias, sendo expostas na vitrina.
Lucinda da Conceição do Vale Santos |
Regava as hortas, tratava dos frangos, ajudava em casa, desde menina. Depois trabalhava nos campos, levavam uma merenda, pão, um bocadinho de centeio, pão de centeio, às vezes ovos. Em casa o bacalhau por ser mais barato comia-se mais vezes, cozinhavam batatas à espanhola, bacalhau com grão-de-bico. Tínhamos sempre bacalhau.
Também comíamos chicharros. Na festa em honra de Nossa Senhora do Rosário era o que tivéssemos de melhor. Na Páscoa folar, frangos (as frangas eram para ovos). Trabalhou no Posto Médico, não era trabalho de caneta, era trabalho de escova e vassoura.
Levava uma merendinha para Rossas, um bocado de pão, presunto, chouriço e um naco de toucinho. O peixe mais gostoso era o chicharro e a sardinha que fritava. O marido sendo caçador trazia muita caça, por essa razão não compravam vitela. Javali já havia, comia-se guisado acompanhado por batatas. Se a caça sobrasse, iam a Bragança vendê-la, o melhor cliente era a família Coelho.
Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança
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