Jacinto Neves é o director artístico da formação, que desde 2015, tem estado várias vezes em Miranda do Douro e no sábado, a concatedral serviu de palco às "Fábulas Transmontanas" para se criar uma ligação à terra. "Neste concerto tem de haver um motivo condutor. Tinha de haver alguma ligação à terra, já não é só o órgão físico, mas, também, é descrita uma fábula em mirandês".
O barroco marcou o reportório escolhido para esta noite de música e Eunice Aguiar deu voz às obras cantadas. Para a cantora, cantar acompanhada por este instrumento histórico permite criar reproduções mais fiéis à época. "Há poucos órgãos históricos em utilização e neste momento a música antiga começa a ter um certo lançamento a nível mundial. Cada vez mais há ensembles de música antiga e cada vez mais se procura tocar como na altura e este tipo de instrumentos permite-nos isso porque foram construídos na altura e permite-nos tocar de forma mais fiel".
Para tocar este objecto histórico convidou-se Salvatore Pronesti. O organista italiano foi o primeiro a contactar com o órgão do século XVII depois do seu restauro. "Para mim é uma grande satisfação cantar e tocar com amigos e com este órgão precioso e histórico. Faz reviver, este instrumento é muito importante para mim".
Segundo o presidente da câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, à semelhança deste, outros concertos têm dado, uma vez por mês, um valor diferente aos sábados. "A ideia é termos um concerto por mês de música clássica valorizando o espaço, os músicos, a música e dando um valor diferente aos sábados".
A ConcentusPerTempora-Ensemble, surge como resultado da procura em difundir com variados períodos e estéticas musicais às mais abrangentes massas culturais.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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