A mortalidade de amieiros está a ameaçar o habitat das trutas. O problema vem de outros países da Europa e já chegou à região.
A morte destas árvores que se encontram nas margens de rios e ribeiras é provocada por um fungo e causa grandes prejuízos nos ecossistemas e mesmo para espécies como trutas, como esclarece Amílcar Teixeira, investigador do IPB na área de recursos naturais e de espécies piscícolas: “isso vai significar uma grande mudança no grande funcionamento destes ecossistemas, ou seja, o potencial que nós hoje temos em rios de montanha está dependente da presença do amial. O ecossistema em si, em termos de produtividade depende do «input» das folhas, no fundo funciona como a gasolina do ecossistema. E assim sendo, se morrerem os amiais vamos ter uma perda muito grande da espécie em si. A substituição e a recuperação de áreas vão implicar um grande esforço para continuarmos a manter uma qualidade dos rios que são únicos. A truta é um animal que precisa de rios de águas frias e se retirarmos esta vegetação ripícola vai mudar o regime térmico e as condições de habitat”, esclarece Amílcar Teixeira.
O problema está já a afectar áreas de amiais no Parque Natural de Montesinho: “fomos visitar várias zonas dos rios Sabor e Fervença e encontramos várias árvores mortas. Há aqui um fungo que se dispersa muito facilmente por água e está a causar a morte aos amieiros. Estamos agora a estudar o impacto no ecossistema, que já sabemos que é negativo, mas é preciso perceber como é possível mitigar esse impacto para continuar a manter a integridade das zonas píscolas”, acrescentou o investigador do IPB.
Tratando-se de matéria do domínio público hídrico, o problema terá de envolver as entidades estatais, que vão contar com o apoio de investigadores nomeadamente do IPB.
“O ICNF tem manifestado preocupação por esta questão e estamos a trabalhar conjuntamente e por isso há vários projectos, nomeadamente um que envolve a truta e o mexilhão de água doce que vai recuperar algumas destas galerias. É um problema que não é fácil, mas o Centro de Investigação vai tentar resolver”, referiu Amílcar Teixeira.
O problema da mortalidade de amieiros devido a um fungo que se propagou pela Europa a preocupar os investigadores, declarações à margem da conferência de imprensa de apresentação da Norcaça, Norpesca e Norcastanha desta última desta última segunda-feira.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
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