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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

EDUCAMOS MELHOR OS CACHORROS, QUE OS FILHOS

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
A juventude sempre foi irreverente e desrespeitosa. Através dos séculos, os mais idosos, teceram sempre, severas criticas, aos desregramentos e desmandos dos mais novos.
Apesar de tudo, sempre houve respeito pelos pais e avós; e estes sempre se fizeram respeitar.
Se a mãe, por natureza, mais benévola, desculpava, encobrindo abusos, esta, sentindo a autoridade em perigo, pedia auxílio:
- “ Olha: que vou contar ao pai! …” - E bastava para que tudo entrasse no bom caminho.
Entrava no bom caminho, porque já se sentiam felizes, se o progenitor, resolvesse tudo, com simples palmada, acompanhada de raspanete, e voz dura e seca.
Outrora, na maioria das vezes, os castigos, metiam: cinto de couro, palmatoadas, bofetadas, e privações ríspidas.
As crianças ficavam traumatizadas? - Pensa, agora, o leitor.
Talvez. Mas decorrido horas, tudo era esquecido, quando não era por sistema, – pelo menos assim se pensava.
Após a 2ª Grande Guerra, os pais – aconselhados por psicólogos; - querendo dar mais liberdade, alteraram os castigos corporais, por palavras mansas.
As crianças deviam crescer, sem limitações. Por imitação e amor, compreenderiam, mais tarde, os erros.
Essa teoria espalhou-se, e não sendo errada – pelo contrário, – precisa de se adaptar ao temperamento e índole da criança.
Sentem-se, agora, muitos progenitores desnorteados; desconhecendo como agir, para que os filhos, sejam mais tarde, cidadãos responsáveis.
Assistimos, então, à degradante situação de ver a mãe, a ser pontapeada, no supermercado, pela filha; ou o pai, ser tratado (na melhor das hipnoses) como colega do colégio! …
Estava a divagar sobre o tema, quando o amigo Júlio, saiu-se com esta:
- “ Já reparaste que os cães, quando viajam, portam-se melhor que ao adolescentes…e até que muitos adultos?! …
Sim, já tinha reparado.
Fico pasmado, a ver cachorros, à porta do supermercado, à espera do dono. Calmo, sem estrebuchar, sem berros nem gritarias…sem ladrar e uivar! …
Fico, também, admirado, ao entrar no Metro, e encontrar cãozarrão, deitado sob o banco ou sentado ao lado da dona; comportando-se melhor que muitas crianças e adolescentes.
Estava a refletir no que o Júlio me tinha dito, quando este dispara:
- Esse comportamento, prova, que se educa melhor, a viver em sociedade, os cachorros, do que os filhos…”
Incapazes de os educar, atiram-nos para a Escola, na esperança que a educadora ou o professor, faça o que não conseguiram.
Olvidando que o papel do professor, é ensinar, e não educar, porque há muitas educações…Quanto muito, pode transmitir-lhes regras de civilidade.
Dizem-me que poucos querem seguir a carreira docente, não admira: além de mal pagos, passaram a ser vítimas dos alunos, e muitas vezes, dos pais destes.
Vivemos numa sociedade onde os valores se inverteram… e mal é de quem discorda…A liberdade de expressão, encontra-se cerceada pela “ maioria” ruidosa; e esta, é quase sempre, malcriada, grosseira e imoral.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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