Prevenção precoce pode reduzir número de suicídios em Bragança

Bragança apresenta a maior taxa de suicídios do país e neste sentido é preciso fazer a prevenção precoce nas doenças mentais.

Esta é uma das certezas que Carlos Sequeira, presidente da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, deixou no II Seminário Internacional de Investigação em Saúde Mental que aconteceu ontem em Bragança. O também presidente do IX congresso, destaca que é preciso trabalhar por antecipação e não quando as pessoas apresentam sintomas ou quando já é tarde demais. "O grande problema é que houve um grande desinvestimento ao nível da promoção da saúde mental, as intervenções são só quase para os casos que surgem. Desinvestiu-se totalmente em termos de prevenção. A questão é: 'o que se faz para prevenir, por exemplo, os suicídios em Bragança?' Por exemplo, o que se faz nas escolas? O que é que o instituto politécnico de Bragança faz? O que se faz nos centros de saúde para isso?'. Nós hoje já temos evidência científica em que se começa a trabalhar isso. Nós podíamos fazer uma avaliação e impedir muitas situações que acabam em tentativas de suicídio".

Carlos Sequeira acrescenta que é necessário consciencializar as pessoas para estas problemáticas, o que deveria começar nas escolas. "Se fizermos a analogia com a doença física, as pessoas precisam fazer exercício físico, e é muito bom. Precisamos começar a consciencializar as pessoas de que da mesma forma que se pode trabalhar a saúde física também se deve trabalhar a saúde mental para evitar que possa adoecer".

O objectivo principal é ter um resultado mais positivo com a realização deste congresso que este ano se realizou em Bragança. "No final temos um resultado muito mais positivo. Que no futuro Bragança tenha uma melhor assistência em saúde mental. Daquilo que tenho conhecimento, em Bragança, existem muitos casos problemáticos em relação à assistência à saúde mental".

O IX Congresso Internacional começa hoje, tem a duração de dois dias, e conta com 400 participantes, numa iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, o Instituto Politécnico de Bragança e a secção do Norte da Ordem dos Enfermeiros.

Escrito por Brigantia
Maria João Canadas