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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Pianista Isabel Rato leva Céu e Terra ao Bragança Jazz

No Dia da Música, a pianista e compositora Isabel Rato apresenta no Bragança Jazz o seu mais recente disco, Histórias do Céu e da Terra. A abrir o festival, esta terça-feira, às 21h30.
Isabel Rato DR/FÁBRICA BRAÇO DE PRATA
Três anos após o seu disco de estreia, Para Além da Curva da Estrada (2016), a pianista, compositora, arranjadora e também professora Isabel Rato gravou Histórias do Céu e da Terra, disco lançado em 2019 e que neste dia 1 de Outubro, Dia Mundial da Música, vai ser apresentado ao vivo a abrir o festival Bragança Jazz, no Teatro Municipal, às 21h30.

Nascida em Lisboa, em 18 de Dezembro de 1981, Isabel Rato começou a estudar piano muito cedo, aos cinco anos. Também estudou ballet clássico, guitarra, canto, mas foi o piano que a “agarrou” e foi nele que se concentrou como criadora. “Acabei por elegê-lo como meu instrumento principal, aquele que melhor preenchia a minha vontade de fazer música e de tocar”, diz Isabel Rato ao PÚBLICO. Com intervalos: aos 12 anos “parou” o piano, começou a tocar guitarra eléctrica, acabando por voltar a ele aos 16, mas mais virada para o rock e a pop. “Comecei a tocar profissionalmente como teclista aos 18 anos, nos Despe & Siga. Mas já nessa altura ouvia muito jazz.” O que a atraiu? “Uma certa necessidade de liberdade, a procura da improvisação, a sensação de complexidade que o jazz nos traz.”

O irmão mais velho, o guitarrista João Rato, ajudou: “É ele o responsável por eu seguir música. Trilhou este caminho antes de mim e foi à conta dele que comecei a ouvir jazz.” Mas não em exclusivo: “Nunca deixei de tocar pop, e ainda faço trabalhos de freelancer como teclista, faço substituições, acompanho artistas que eu aprecio e que me convidam.”

Composição e poesia
Antes de fazer a Faculdade, em 2011, a escolha da via a seguir fez-se de forma natural: “Há um momento em que começo a dedicar-me mais ao estudo jazzístico e o clássico vai ficando mais para trás.” Foi em 2009, esse “ponto de viragem”: sai de Cascais, vai para o Seixal e começa a estudar com o pianista e compositor João Paulo Esteves da Silva. “A composição vem com a minha presença na Faculdade e com a exposição às pessoas com quem estive e a quem sou altamente agradecida: o João Paulo, meu mestre de piano, mas também todo um leque de professores, o Bruno Santos (agora director da escola do Hot), o Nelson Cascais, o Lars Arens. Aí, a minha vontade de escrever começa a ser superior a tudo o resto, como se precisasse de respirar. Queria escrever e ser feliz nesse processo.”

Um processo onde a poesia ganhou lugar, sobretudo Fernando Pessoa. No primeiro disco, musicou Alberto Caeiro, um excerto de O Guardador de Rebanhos; e neste tem Ricardo Reis, com o poema Segue o teu destino. “A minha ligação à poesia vem desde muito cedo, da escola pública. Mas depois acabei por ter mesmo aulas de poesia, de grupo, durante vários anos, com declamação e interpretação de poemas, isto fora da escola. Nesse período, houve um trabalho exaustivo em torno de Fernando Pessoa e a minha paixão vem daí: de mergulhar na poesia e de aprender a descobrir Pessoa.”

“Canto, mas aqui não”​
Em Bragança, Isabel Rato (piano) apresenta-se em quinteto, formação com que gravou o disco. Com ela estarão João David Almeida (voz), João Capinha (saxofone), João Custódio (contrabaixo) e Alexandre Alves (bateria). No disco, participaram ainda João Rato, o acordeonista João Barradas e as cantoras Elisa Rodrigues e Beatriz Nunes. Isabel estudou voz e canta noutros trabalhos, mas não nestes seus discos: “Canto e toco, mas em pequenos auditórios ou bares. Aqui não, porque sempre achei que a tarefa pianística, de composição, de orientar o grupo, era altamente absorvente.” E escolheu João David, que conheceu na Faculdade: “É um cantor excepcional, um improvisador fantástico.”

Depois de Bragança, e dos vários palcos onde tem actuado (Hot, Casa da Música, Seixal Jazz, Évora, Mafra, etc.) Isabel Rato tem ainda um Concerto Antena 2, no Liceu Camões, já este dia 9, e um concerto pedagógico no âmbito do Seixal Jazz, dia 22 de Outubro. “Traz estudantes entre o 5.º e o 9.º ano, são seleccionadas várias turmas no concelho, e vai ser dedicado à história do jazz. Mas também vou apresentar composições minhas.”

No Bragança Jazz, depois da abertura com Isabel Rato Quinteto (dia 1), haverá ainda Quorum Ballet, com Em Modo Jazz (dia 4); Orquestra Jazz de Matosinhos (dia 10); Sexteto Bernardo Moreira (dia 12); e Sara Serpa Trio (dia 16). Sempre às 21h30.


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