O presidente da Câmara de Bragança considera salutar o encerramento de fronteiras entre Portugal e Espanha por razões de turismo e lazer, mas defende que nas zonas da raia devem ser acauteladas a circulação de profissionais de saúde entre os dois países, bem como de residentes que trabalham de um e outro lado com funções que não possam ser asseguradas em regime de teletrabalho.
Hernâni Lopes referiu ao Expresso que a autarquia estará disponível para colaborar com as autoridades policiais como controlo efetivo da passagem do posto de passagem de Quintanilha, um dos nove autorizados pelo Governo, mediante vigilância. A livre circulação para médicos e outros profissionais de saúde é justificada pelo autarca do PSD por parte do serviço da Unidade Local de Saúde do Nordeste ser assegurada por clínicos espanhóis, “ imprescindíveis numa altura em que cresce o número de infetados por COVID-19”.
A circulação de mercadorias, devidamente controladas, é outra das situações que o autarca quer ver garantida sob pena de estarem a impor medidas drásticas que venham a penalizar o pais. O posto de passagem de Quintanilha, tal como os restantes nove Centros de Cooperação Policial e Aduaneira, são tutelados pelo Ministério da Administração Interna, sendo o controlo de passagens controlados pelo SEF em colaboração com a GNR e PSP de Bragança. “Não adianta suspender a vinda de Espanha por via aérea, quando chegam por estrada autocaravanas vindas de Espanha com turistas de várias nacionalidades”, adverte. No caso de Bragança, a ligação a Espanha é feita pela A4 e ainda pela antiga estrada nacional.
O presidente da Câmara de Valência, outras das zonas com de passagem autorizada de ligação a Tui sob medidas de mobilidade especial a partir das 23 horas de hoje, assegura que no topo das preocupações do seu executivo está a saúde e que tudo fará para que seja preservada. “Quando digo tudo, digo tudo, sem poupar meios ou medidas, para ajudar a erradicar o surto”, diz Manuel Rodrigues Lopes.
No dia em que foi anunciado o fecho de fronteiras, a principal preocupação do autarca do PSD é saber “se estão a ser tomadas todas as medida”s para proteger as pessoas. “O fecho ou controlo das fronteiras é importante, mas não podemos ficar por aqui. Temos de ter coragem, responsabilidade e agir com coordenação, contundência e timing”, alerta, apesar de entender que é o Governo quem quem possui mais informação sobre o surto, dos meios humanos e materiais disponíveis e conhecimento privilegiado da evolução da pandemia na China e em Itália.
A ligação Valença-Tui é feita pela A3 por quem segue do Porto e Braga para Vigo através de uma ponte rodoviária e ainda por uma ponte antiga pedonal e ferroviárias que une os centros urbanos das duas cidades. Neste caso, o Centro de Cooperação Policial e Aduaneiro funcionará num antigo edifício 'misto' onde operam as forças policiais do lado de cá e de lá da fronteira.
Nuno Vaz, presidente da Câmara de Chaves, também deu parecer positiva à medida de contenção governamental, tendo anunciado esta segunda-feira a suspensão do serviço de Transporte Urbano Transfronteiriço. Ainda antes de Eduardo Cabrita ter anunciado o controlo em nove pontos de passagem entre Portugal e Espanha, o autarca socialista avançou que a Eurocidade Chaves-Verin, com sede no concelho flaviense, o serviço de Transporte Urbano Transfronteiriço (TUT) fica suspenso por tempo indeterminado, devido ao cancelamento de feiras e eventos nos dois municípios, como forma de restringir a propagação do novo coronavírus. Vila Verde da Raia é um dos pontos de passagem autorizada entre os dois países, embora sujeita a controlo por forças policiais.
Isabel Paulo
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