A valorização do Interior está finalmente a ser posta em prática.
A região do Interior entrou, de facto, para a agenda do Governo. Depois de largos anos a ser utilizado, por outros governos, unicamente como uma mera ‘semântica política’, o Interior está a merecer a atenção dos nossos governantes, que assumiram uma ação mais próxima e descentralizada. A realização do conselho de ministros, na semana passada em Bragança, veio, efetivamente, reforçar a ideia de que viver no Interior pode e deve ser vantajoso. A fixação e atração de jovens, a criação de emprego, os incentivos aos empresários e a melhoria das acessibilidades (medidas que ao longo dos anos serviram única e exclusivamente para preencher manifestos eleitorais) estão, agora, a ser postas em prática. Tornaram-se finalmente uma realidade.
Atualmente, o governo está a promover uma série de programas, como o “Conhecer Portugal”, “Trabalhar no Interior”, “Habitar no Interior” ou “Regressar”, que congregam um conjunto de medidas que têm como objetivo potenciar o desenvolvimento da nossa região, tornando-a, sem dúvida, mais competitiva e atrativa. E isso, coloca definitivamente o Interior numa agenda de ações e não numa agenda utópica ou onírica.
Enquanto transmontano, fico extremamente agradado em saber que uma série de setores, desde a saúde à agricultura, foram alvo de atenção e avaliação no distrito de Bragança. Quer os problemas, quer as soluções identificam-se no terreno, junto das populações. Para o Interior, estão a ser investidos 5 milhões de euros (1500 bolsas) para incentivar os estudantes (de fora) a frequentarem o nosso ensino superior; as famílias do Litoral podem receber até 4800 euros se decidirem vir viver para a nossa região; existe um investimento de 648 milhões de euros para criar mais de dois mil postos de trabalho e, finalmente, as portagens das autoestradas do Interior vão ter descontos, o que incentiva a mobilidade de pessoas na nossa região.
Naturalmente que reivindico, enquanto transmontano, mais medidas de valorização do Interior, sobretudo medidas concretas que permitam criar emprego qualificado, uma vez que só com a criação de postos de trabalho é que somos capazes de fixar e atrair pessoas. Mas, acredito que mais que atrair pessoas para o Interior, importa valorizar os que não desistiram e que diariamente continuam a lutar por uma região mais sustentável e economicamente mais fortalecida. Por isso, urge continuar a apostar em fortes incentivos às empresas para que possam emprego e que contratar no Interior. Os descontos nas portagens, ainda que positivos, revelam-se insuficientes. Ter descontos só a partir do oitavo dia não se justifica, uma vez que é uma medida que não se aplica a todos. Contudo, admito que os descontos impostos possam ser um primeiro passo para a erradicação completa, a longo prazo, das SCUTS. Ainda assim, uma pessoa que vá de Chaves a Vila Real diariamente pode usufruir de uma poupança anual de quase 600 euros, o que não deixa de ser significativo.
Para terminar, independentemente da identidade partidária de cada um, não podemos ignorar este conjunto de ações. Talvez estejamos, agora, a ver uma luz ao fundo do túnel que é tão precisa e urgente.
João Pedro Baptista
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