Milhafre-real. Fotografia Palombar. |
Este milhafre-real foi anilhado e marcado com marcas alares no dia 10 de junho de 2017 em Foug, no nordeste de França, e nidifica e reproduz-se desde 2019 em Villeroy-sur-Méholle, também em França, a cerca de 17 km do seu local de nascimento.
Todos os anos, grande parte dos milhafres-reais originários da Europa Central migram até à Península Ibérica para passar o inverno, visto que é nesse território que encontra melhores condições de disponibilidade de alimento e climáticas. A invernada da espécie na Península Ibérica é considerada importante para a sua conservação.
No censo europeu do milhafre-real invernante 2020, realizado entre 1 de janeiro e 2 de fevereiro, no qual a Palombar ficou responsável pelo distrito de Bragança, os técnicos da organização contabilizaram mais de 100 indivíduos (cerca de 108) e identificaram três dormitórios da espécie.
Esta é uma das espécies-alvo de conservação do projeto ConnectNatura (www.connectnatura.pt) da Palombar, sendo igualmente beneficiada pelo projeto Sentinelas (www.sentinelas.pt) da organização, bem como pelo projeto LIFE Rupis (www.rupis.pt), do qual a Palombar é parceira.
Sobre a espécie
O milhafre-real é uma ave de rapina pouco abundante no território nacional. Está presente sobretudo na faixa fronteiriça oriental, distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja. A população invernante ocorre nessas mesmas áreas, mas também de uma forma dispersa por todo o sul do país.
A sua população residente em Portugal tem um estatuto de conservação "Criticamente em Perigo", já a população invernante tem um estatuto "Vulnerável", segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
É uma ave que prefere habitats florestais associados a zonas agro-silvo-pastoris. A espécie é monogâmica e nidifica em árvores, normalmente de grande porte, e coloca entre um a três ovos. Ambos os progenitores cuidam das crias. Pode ocupar ninhos de outras aves de rapina florestais e também reutiliza ninhos de anos anteriores.
No que se refere à sua dieta, tanto caça presas vivas, como também tem hábitos necrófagos. Animais silvestres de pequeno porte (micromamíferos, aves, peixes e invertebrados), cadáveres de animais e os restos e desperdícios urbanos integram a sua dieta.
Atualmente, o milhafre-real está sujeito a várias ameaçadas no território nacional, como o abate a tiro, o uso de veneno e a redução da disponibilidade alimentar, entre outras.
O projeto ConnectNatura
O 'ConnectNatura – Reforço da Rede de Campos de Alimentação para Aves Necrófagas e Criação de Condições de Conectividade entre Áreas da Rede Natura 2000' é um projeto da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural que tem como objetivo a conservação de espécies estritamente e parcialmente necrófagas que constam do Anexo I da Diretiva Aves e que possuem um estatuto de conservação desfavorável em Portugal, em particular o abutre-preto (Aegypius monachus), o britango (Neophron percnopterus), o grifo (Gyps fulvus) e a águia-real (Aquila chrysaetos). Este projeto é financiado pelo Fundo Ambiental - Ministério do Ambiente e da Transição Energética e tem como parceiro o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Saiba mais em www.connectnatura.pt
O projeto Sentinelas
'Sentinelas - marcação e seguimento de grifos Gyps fulvus como ferramenta de combate ao uso ilegal de venenos em Portugal' é um projeto da Palombar –Conservação da Natureza e do Património Rural, financiado pelo Fundo Ambiental – Ministério do Ambiente e da Transição Energética. É desenvolvido em território da Rede Natura 2000 e tem como parceiro a Universidade de Oviedo, em Espanha.
Saiba mais em www.sentinelas.pt
O projeto LIFE Rupis
O 'LIFE Rupis – Conservação do britango Neophron percnopterus e da águia-perdigueira Aquila fasciata no vale do rio Douro’ é um projeto de conservação transfronteiriço, cofinanciado através do programa LIFE da Comissão Europeia. Coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), o projeto Life Rupis tem mais oito parceiros: a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, a Associação Transumância e Natureza (ATNatureza), o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Junta de Castilla y León, a Fundación Patrimonio Natural de Castilla y León, a Vulture Conservation Foundation (VCF), a EDP Distribuição e a Guarda Nacional Republicana (GNR).
Saiba mais AQUI.
Sem comentários:
Enviar um comentário