Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de março de 2020

“TENDES PÓPÓRI DE VIR AQUI!”

Olá, como estão os leitores da Página do Tio João?

Já estamos no terceiro mês do ano 2020. Os dias são iguais às noites, por isso é que o povo diz que “em Março, tanto durmo como faço”. As nossas gentes já andam a tirar a ferrugem às canetas nos escritórios da terra. A tia Neves, de Nuzedo de Baixo (Vinhais), disse-nos que já tem “batatas a nascer e algumas fora da terra”, outros andam a revirar as terras para as preparar para as sementeiras. Alguns já podaram as vinhas em Fevereiro, pois como diz o adágio “quem poda em Março, vindima no regaço”. O tio Domingos Ferreira, de Genísio (Miranda do Douro), já anda a cavar os alhos e as favas e disse-nos que “a flor da fava é o melhor chá para fazer baixar a diabetes”.

Ao nível do tempo, temos isto molhado, pois “em Março chove cada dia o seu pedaço”.

A nossa ministra da saúde, a tia Maria da Perna Gorda, lá continua a sua missão de visitar os doentes da Família do Tio João que são hospitalizados em Macedo de Cavaleiros. Que continue nesta sua louvável missão, porque toda a gente gosta e fica contente com a sua visita.

Nestes últimos dias festejaram o seu aniversário a avó Ana da Silva (106), de Borbela (Vila Real); Luís Pires, o tio Modinhas (81), Eliseu Fidalgo (49) e Luís Miguel (16), os três de Paradinha de Outeiro (Bragança); Albertina dos Santos (62), de S. Jumil (Vinhais); Maria de Fátima (61), de Ousilhão (Vinhais); Isabel Alves (78) e sua filha, Cláudia Machado (47), de Estorãos (Valpaços); Terezinha do Menino Jesus (80), de Samil (Bragança); António Rodrigues, o tio António de Asturianos da Sanábria (85); Pedro Alexandre (47), de Serapicos (Valpaços); Maria Rosa Pires (57), de Salselas (Macedo de Cavaleiros); Ester Gonçalves (70), António Rocha (71) e Benjamim Hostettler (16), a viver na Suíça, todos de Parada (Bragança); Maria do Céu Fernandes (97), de Cabanas (Macedo de Cavaleiros); Manuel Camponês (44), de Pinhal do Douro (Carrazeda de Ansiães); Adélia Geraldes (79), de Grijó de Parada (Bragança); Paula Silva (52), filha do Tio Alcino, de Vinhais e Fernando Correia, de Bragança, que festejou pela vigésima vez o seu aniversário no dia 29 de Fevereiro,

completando 80 anos de vida. Muita saúde para todos.

Neste número vamos falar-vos um pouco da tradição secular de Quarta-Feira de Cinzas, da morte, do diabo e da censura, na cidade de Bragança.

As ruas da zona histórica de Bragança serviram de palco à recriação da tradição que saiu à rua mais um ano, do diabo, da morte e da censura, com os seus adereços simbólicos, gadanhas, tridentes e chicotes, com os quais castigam as raparigas.

A minha mãe recorda-se de, há cerca de 65 anos, ir às muralhas do castelo, na cidadela, onde nasceu e viveu durante alguns anos, desafiar e provocar o trio do mal com a expressão “tendes pópóri de vir aqui!”. Depois, ela e outras raparigas da sua idade, corriam como “desalmadas” a esconderem-se em casa. Mas, por vezes, essas personagens conseguiam entrar pelas janelas e davam-lhes com o chicote e a morte fazia-lhes beijar a gadanha. Legalmente estes actos eram proibidos e por isso estas figuras escondiam-se da polícia, pois no passado estes actos tinham proporções verdadeiramente aterradoras, deixando frequentemente as raparigas com marcas no corpo.

Neste trio, a morte simboliza o primeiro dia da Quaresma, lembrando-nos de que pode aparecer a qualquer momento. O diabo tem o papel de defender a morte e a função penitencial. A censura repreende as pessoas pelos actos menos dignos que tiverem praticado.
Tio João

Sem comentários:

Enviar um comentário