Foto: Eduardo Pinto |
Fonte do Ministério da Agricultura adianta que depois de “no período de 2000 a 2010 se ter registado um decréscimo de 58%” da quantidade produzida, “entre 2010 e 2018 assistiu-se a um aumento de 208%”.
O presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, diz, na entrevista que pode ouvir aqui, que a produção portuguesa tem evoluído positivamente nos últimos anos, devido a novas plantações:
Produção de amêndoa em Trás-os-Montes supera 20 mil toneladas por ano
A campanha de 2019 rendeu cerca de 30 mil toneladas de amêndoa a Portugal, mais de dois terços das quais em Trás-os-Montes e Alto Douro. A produção está a subir todos os anos, porque a cultura é rentável e leva os agricultores a investir na reconversão ou plantação de amendoais.
Fonte do Ministério da Agricultura adianta que depois de “no período de 2000 a 2010 se ter registado um decréscimo de 58%” da quantidade produzida, “entre 2010 e 2018 assistiu-se a um aumento de 208%”.
De acordo com o presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, a produção portuguesa “tem evoluído positivamente” nos últimos anos, com “muita plantação nova”.
Carlos Silva acrescenta que o crescimento tem-se notado mais no Alentejo, que já está quase nos “10 mil hectares”, principalmente na “área abrangida pelo regadio do Alqueva”, mas em Trás-os-Montes e Alto Douro também há amendoais novos. Muitos velhos foram reconvertidos. Aqui, a maior parte dos 20 mil hectares continuam a ser de sequeiro, embora já haja áreas com sistemas de rega.
A campanha de 2019 rendeu “cerca de 30 mil toneladas de amêndoa” a Portugal. Dois terços produzidos na região transmontana e duriense, onde “há amendoais mais antigos, em plena produção e com boas rentabilidades”. Porém, estes ainda têm margem para melhorar.
A maior parte do restante é produzida no Alentejo. Dentro de quatro ou cinco anos, quando nos novos amendoais estiverem a produzir em pleno, “poderá haver um equilíbrio entre as duas regiões”, nota Carlos Silva. Algarve e Beira interior somam 8% da produção nacional, adianta o Ministério da Agricultura.
A crescente aposta dos agricultores na amêndoa, muitas vezes como cultura complementar, é justificada pela fonte do ministério, com o “preço do miolo da amêndoa (cerca de 5 euros/quilo), por ser uma cultura facilmente mecanizável e ainda pelo clima favorável”.
Todavia, ainda há entraves à maior prosperidade do setor em Portugal, comparativamente com outros países. Carlos Silva destaca a “fraca preparação dos produtores no que toca a novos métodos de produção e tratamento da cultura” e “o facto de a fileira não estar ainda bem organizada”.
Os Estados Unidos da América produzem “mais amêndoa sozinhos do que todos os outros países juntos” e continuam a “marcar as variações dos preços a nível global”. O presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, especifica que o preço de referência pago ao produtor na Europa anda “entre 4,60 e 4,75 euros” por quilo de miolo. “Há meia dúzia de anos chegou aos oito euros, coincidindo com uma seca extrema na Califórnia”. Esta região está a recuperar desse período negro, o que “poderá fazer baixar os preços a nível mundial e a cultura deixar de ser tão atrativa”.
Portugueses estão a comer o dobro das amêndoas
Os portugueses duplicaram o consumo anual de amêndoa desde 2015. “Passaram de três quilos e meio para cerca de sete quilos”. A produção nacional não acompanhou a procura na mesma medida, mas subiu para as 30 mil toneladas em 2019, com Trás-os-Montes e Alto Douro na liderança, mas já à vista do Alentejo onde a produção intensiva está a acelerar.
O aumento do consumo, revelado pelo presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Carlos Silva, está em linha com o que ocorre noutros países, ou não fosse a amêndoa “o fruto seco mais consumido no Mundo”. O facto de ter “um conjunto de benefícios para a saúde e nutricionais” tem feito disparar o interesse.
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