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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 9 de maio de 2020

INVESTIGADORES PORTUGUESES DESCREVEM NOVA DOENÇA QUE AMEAÇA A LEBRE-IBÉRICA

A lebre-ibérica, a única espécie de lebre que ocorre em Portugal, enfrenta uma nova ameaça, o Herpesvirus LeHV-5, descobriu uma equipa de investigadores portugueses.

Esta será a primeira descrição de um herpesvirus em lebre-ibérica (Lepus granatensis), a única espécie de lebre existente em Portugal, e cujo território se limita à Península Ibérica.

“Até à data, nunca havia sido descrito nenhum herpesvirus em qualquer espécie de lebre no mundo”, escrevem, em comunicado, os investigadores do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV I.P.), da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa (FMV-UL), do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e do Royal Brompton & HarefieldNHS Foundation Trust.
Lebre Adulta
Num artigo científico publicado a 17 de Abril na revista PLOS ONE, os investigadores descreveram a deteção e identificação do Herpesvirus LeHV-5, associado a patologia cutânea e reprodutiva.

A doença foi detectada durante a necropsia feita a lebres-ibéricas em 2018 e 2019. “Além da mixomatose também foram observadas lesões externas inesperadas”, escrevem os cientistas no artigo.


Por enquanto, ainda não se conhece qual o impacto da infecção por este herpesvírus na reprodução e mortalidade da lebre-ibérica. No entanto, os investigadores acreditam que “poderá agravar o declínio das populações selvagens” causado por uma outra doença, a mixomatose.
Lebre Adulta
Na verdade, há cerca de um ano foi publicado um artigo científico que alertava para o facto desta espécie estar a perder a batalha contra uma nova estirpe do vírus que já dizimou as populações de coelho-bravo, a Mixomatose.

Desde essa altura, dizem estes investigadores, “a mixomatose foi responsável por mortalidade muito expressiva nas populações silvestres, originando reduções estimadas entre 70 e 90% e levando a que, em 2019, a grande maioria das Associações de Caçadores decidisse interditar a caça a esta espécie para fomentar a sua recuperação”.

A mortalidade registada nesta espécie, com associação clara das duas doenças (mixomatose e herpesvirose, ambas causadas por vírus de DNA), foi demonstrada em vários animais.


A lebre-ibérica é uma das duas espécies de leporídeos existentes em Portugal. Juntamente com o coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), a lebre-ibérica é uma presa chave dos ecossistemas mediterrânicos. A diminuição das suas populações já foi associada à diminuição do lince-ibérico e da águia-imperial-ibérica, salientam os investigadores.
Lebre Juvenil
Contrariamente ao que acontecia com o coelho-bravo, até recentemente a lebre-ibérica não era afectada por doenças virais. Era considerada naturalmente resistente à mixomatose. Contudo, durante o Verão e Outono de 2018 foram registados surtos de mixomatose em Espanha e Portugal, respectivamente.

Agora, chega mais uma má notícia para esta espécie, o Herpesvirus LeHV-5.

Os investigadores acreditam que a associação destas duas doenças “poderá constituir uma grande ameaça à preservação desta espécie”.


Enquanto isso, continuam a tentar perceber, e aprofundar, o potencial patogénico dos dois vírus, que não apresentam quaisquer riscos para o homem.

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