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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Cancelamento de festas e romarias de verão cria transtornos a quem trabalha no ramo

Devido à pandemia de Covid-19, é certo que este vai ser um verão diferente, por vários motivos.
Basta dizer que festas e romarias estão por estes dias proibidas de acontecer, pelo menos nos moldes habituais que possibilitavam a concentração de pessoas. Uma situação que está a causas prejuízos a quem trabalha no ramo e foi apanhado de surpresa pela pandemia.

Comecemos por olhar para os agentes de festas.

Mário Teixeira é da empresa Trazmúsica, de Chaves, que é responsável pelo agenciamento de perto de 900 festas por ano, em todo o país e também algumas em Espanha.

Conta que a partir do 16 de março começou a receber desmarcações de espetáculos, que em 90% dos casos têm ficado reagendados para o ano seguinte. E apesar de, até ao momento, 40% ainda não ter desmarcado, para este empresário não há dúvidas que um ano sem trabalhar vai custar pelo menos meio milhão de euros:

“Na altura do confinamento estávamos em 20% do total da faturação e esses prejuízos são reais. É evidente que está a haver reagendamentos mas, no ano que vem, faríamos uma agenda nova. Esta realidade representa para nós um ano sem trabalho e sem qualquer encaixe financeiro. Estimamos que a nossa empresa tem pelo menos meio milhão de euros de prejuízo.”

E se os agentes estão mal, os artistas também.

O grupo musical Somtex, do concelho de Macedo de Cavaleiros, faz várias festas na região transmontana e na zona da Guarda. Integra cerca de 15 pessoas e a paragem está a deixar prejuízos avultados, com refere Hermínio Teixeira, sócio da empresa:

“Estava tudo pronto para começar a meio do mês de abril. Entretanto, surgiu este problema e ficou tudo cancelado, nem podemos fazer mais ensaios. Está tudo parado, umas festas canceladas, outras transferidas para o ano seguinte. Esta paragem deixa-nos um vazio de bastantes milhares de euros.”

E os dois empresários concordam que a paragem pode mesmo levar a falências:

“Não haja dúvida que mais de 50% das empresas da área logística podem mesmo ter de fechar.

“Começa-se a pensar se não será melhor fechar a porta em vez de estar perder tempo.”

Por outro lado, as próprias comissões de festas também estão a ser afetadas, visto que já tinham trabalho feito e dinheiro angariado para a concretização das festividades.

Na aldeia do Lombo, no concelho de Macedo de Cavaleiros, por exemplo, por altura da festa, em maio, a mesma comissão se autonomeou para o próximo ano.

Delfim Pedro é da comissão de festas e explica que lhes pareceu ser a decisão mais justa:

“Não temos festa, mas como já temos algum dinheiro, é um pouco injusto passar o testemunho se nós já tivemos trabalho. Falámos um com os outros e ficou decidido que vai continuar a mesma equipa, tal como foi anunciado na missa. Já temos alguma base e quando nos for possível vamos trabalhar mais um bocadinho e realizar a festa 2021 se a Covid-19 nos deixar.”

Olhemos agora para um outro extremo da região transmontana.

A romaria da Nossa Senhora da Pena, em Sanguinhedo, Vila Real, conta anualmente com vários dias de festa e a parte religiosa é conhecida pela presença de andores com cerca de 22 metros de altura, que junta milhares de pessoas.

Todos os anos é organizada, de forma rotativa, por uma de onze aldeias que fazem parte e os preparativos começam logo em agosto do ano anterior.

Hilário Duarte é membro da comissão de festas deste ano, da aldeia de Aboboleira, e conta que já tinham praticamente tudo preparado:

“Mais ou menos no final de 2019 já tínhamos praticamente tudo organizado. Desde a parte musical, à organização. A DGS não deixa fazer a festa, assim como a Conferência Episcopal e nós temos de cumprir. Estamos a pensar fazer a missa no dia principal, sem pessoas presentes, com divulgação na internet. A freguesia de Mouçós e Lamares irá reunir para decidirem se poderemos fazer a festa no ano seguinte porque ainda não sabemos.”

Alguns exemplos da região que espelham a realidade vivida um pouco por todo o país.

Escrito por ONDA LIVRE

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