A chegada do calor traz também as moscas e com elas muitos problemas dermatológicos. É muito comum vermos os nossos animais enervados a tentar afugentá-las e frustrados por não o conseguirem. Nestas situações, há várias coisas que se podem fazer para evitar ou, pelo menos, diminuir o número de moscas em volta dos animais.
O mais importante é manter asseado o local onde os burros habitam, retirando as fezes e colocando palha limpa e seca nas camas. A utilização de flytraps (armadilhas para moscas) ajuda a diminuir o número de moscas, quer sejam em fitas ou em caixas. Na utilização das últimas é importante mantê-las, pelo menos, a 15 metros do lugar onde os burros descansam, uma vez que emitem odores que cativam as moscas, chamando-as para esses locais.
A pulverização dos animais com fármacos repelentes de insetos, como a cipermetrina, poderá auxiliar no afastamento das moscas, no entanto a sua utilização deverá ser cautelosa. Convém fazer a devida diluição, evitar colocar nos olhos ou mucosas do animal, não esquecendo os equipamentos de proteção individual por parte de quem a está a administrar. Quando há persistência de moscas na zona dos olhos podemos colocar máscaras na cabeça dos animais, para criar uma barreira protetora.
A manifestação, e respetivo tratamento de feridas, poderá ser complicada pela elevada densidade de moscas. Quando uma ferida é detetada nos nossos animais a primeira coisa a fazer é retirar os pelos que a circundam, para facilitar a higienização da mesma, e em seguida fazer limpeza com soro ou água tépida, para retirar a sujidade e algumas crostas que possam já existir. É importante avaliar a extensão da lesão, verificar se a pele está apenas lacerada ou se é algo mais profundo, com necessidade de intervenção veterinária.
Quando as feridas são superficiais, após os passos anteriormente referidos deve-se desinfetar a ferida com betadine ou clorexidina muito diluídos, até terem uma tonalidade quase transparente. Por último, deve-se passar uma pomada hidratante que promova a regeneração da pele e proteger a área, seja com pensos seja com sprays de alumínio ou zinco, que criem uma camada protetora.
No caso de feridas com larvas o melhor é contactar o médico veterinário. No entanto, quando tal não for possível, é importante remover logo todas as larvas com uma pinça, e de seguida colocar 1 a 2 ml de ivermectina local, de forma a matar as larvas que permaneçam.
A limpeza de feridas deve ser feita diariamente, uma vez que o descuido poderá levar ao aparecimento de larvas, mesmo em feridas aparentemente simples. Relembramos a importância da escovagem do pelo, não só como forma de inspeção dos animais, para detetar feridas ocultas, mas também para identificar e tratar contra parasitas externos, que possam causar prurido, prevenindo assim o aparecimento de novas lesões.
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(Henrique Martins)
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