O sector sofreu quebras de 70%. Os taxistas estiveram parados durante mais de dois meses e sem salário. Foi o caso de Adelaide Duarte, a primeira mulher taxista em Bragança. “Tem sido difícil. É financeiramente difícil, por se estar três meses sem receber salário, e é muito 'stressante' estar em casa sem poder fazer nada porque não ficámos em casa por querer mas sim por obrigação”.
Pedro Carvalho tem setenta anos e é taxista há mais de quarenta. Conta já ter estado na guerra em Moçambique, mas é da pandemia que tem medo. A agricultura foi uma distracção durante o confinamento e também a alternativa para não faltar comida em casa. Para além da pouca procura das pessoas viu ainda cancelado o contrato de transporte escolar com o município. “Estamos numa crise tremenda. Agora não se fazem 10/15/20 euros por dia. Concorria aos transportes públicos e raro era o ano que não conseguia. Este ano tive azar porque as escolas fecharam e fiquei sem o transporte”.
No que diz respeito aos apoios do Governo neste ramo, muitos taxistas ficaram de fora. O taxista Licínio Alho foi um deles. Sem apoios e sem salários durante dois meses conta que foi tudo menos fácil. Agora com o regresso à actividade diz ainda ganhar para as despesas. “Nunca estivemos proibidos de trabalhar, podíamos fazê-lo mas não havia clientes. Mesmo agora, há menos movimento com as fronteiras e o IPB fechados. Uma pessoa chega a estar três horas ou mais na praça sem ter um cliente. Não me posso queixar, de certa forma, porque vou ganhando para as despesas”.
O regresso à actividade era ansiado pelos taxistas brigantinos, que ficaram sem salário durante mais de dois meses. Uma crise económica e também social, provocada pela pandemia, que não poupou este sector.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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