Alegam que as polémicas das últimas semanas estão a manchar o bom nome da associação e dos seus bombeiros e acusam o presidente da direção de tomar decisões que só têm contribuído para aumentar o descontentamento do corpo ativo que culminaram, esta semana, no processo que classificam de “atabalhoado” da escolha de um novo comandante com um currículo que consideram “questionável”.
Os bombeiros signatários da carta dirigida ao presidente da direção dizem que têm assistido “a uma crise que tem vindo a por em causa o bom nome da associação, dos bombeiros de Mirandela e daqueles que a representam”.
Como operacionais voluntários do quadro ativo, sentem que o seu nome está em causa e que “a exposição em praça pública de problemas que deveriam ser resolvidos dentro das paredes da associação vem expor a necessidade que existe de reorganizar toda a estrutura de forma célere, mas ponderada e organizada”, pode ler-se.
Os signatários dizem que chegou a hora de mudar. “É tempo de por de parte quezílias, desmedidas, algumas delas pessoais e que nada de bom auguram”, adiantam na carta aberta.
Os 51 bombeiros fazem questão de mostrar que não apoiam a escolha de Henrique Teixeira - antigo comandante dos bombeiros de Melo, na Guarda - para exercer o cargo de comandante da corporação de Mirandela, alegando que foi uma escolha pessoal do presidente de alguém que tem um currículo que os signatários dizem ser “questionável”.
Defendem que a escolha do novo comando devia acontecer após uma reestruturação do órgão diretivo da associação “e não da forma atabalhoada com que atualmente a querem impor", acrescentam.
Denunciam ainda aquilo a que chamam de “passividade da maioria dos elementos que compõem direção”, apesar de acreditarem que “há gente competente e capaz no seio da mesma que tem como objetivo a resolução ponderada e estruturada da crise atual".
Aliás, alguns destes elementos “apresentaram um currículo de alguém a quem reconhecemos idoneidade para assumir as funções de comandante e que merece todo o nosso apoio e entrega. Alguém do nosso distrito, das nossas terras”.
Os signatários pedem a Marcelo Lago que abandone a direção da associação. Apesar de lhe reconhecerem mérito em muito do que fez, mas neste momento acreditam que o seu afastamento será o melhor para o próprio presidente, para os bombeiros e para a associação.
Terminam a carta apelando a Marcelo Lago, “com amizade, atenção e carinho”, para que saia pela porta da frente. “Estaremos lá para nos despedirmos de si", garantem.
Se tal não acontecer, os 51 signatários, individualmente, vão deixar de colaborar com o corpo de bombeiros, pedindo a inatividade.
Até ao momento ainda não foi possível obter a reação de Marcelo Lago a esta nova carta aberta.
Fernando Pires
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