Que os canais de televisão privados se movam por critérios que visam apenas e tão só o lucro e as audiências para deste modo garantirem competitividade ao nível da publicidade, entendo perfeitamente. Já não entendo com a mesma facilidade que os critérios do, dito, canal público de televisão sejam exatamente os mesmos que os das televisões privadas. É que convém não esquecer que eu e todos os outros contribuintes, pagamos diretamente a subsistência da RTP.
Vem isto a propósito do, quanto a mim, deplorável programa que foi transmitido no passado domingo diretamente da cidade de Bragança. Sei que os “tempos” não ajudam nada, nadinha mesmo. Basta a ausência de assistência para tornar este tipo de eventos maçadores, desinteressantes. Esse facto, leva-me a atribuir “o devido desconto”, focando mas não nomeando, por exemplo, o desempenho que considero lamentável, de uma das convidadas…
Não vou entrar em grandes pormenores. Apenas quero referir que foi uma oportunidade perdida, talvez mais uma.
Sem questionar o mérito e a qualidade indiscutível dos “mesmos de sempre”, não será já tempo de mudar de atores? Refiro-me, obviamente, aos “de cá”. É um pouco redutor que cada vez que um canal de televisão vem (porque lhe pagam e bem) à nossa terra, os intervenientes sejam sempre os mesmos. Bem sei que somos poucos mas não haverá mais ninguém? Não haverá outras pessoas, outro tipo de atividades? E dentro das mesmas atividades não será legítimo dar oportunidade à concorrência? E há quem diga que “o sol quando nasce é para todos”. Só se for nos filmes americanos.
Adiante.
É confrangedora a qualidade dos artistas, que vêm sempre atrelados às TV´s. Os que vêm atrelados às privadas, pouco ou nada me incomodam, os que vêm atrelados ao meu “investimento, ”alto e pára o baile”!
Vamos lá sonhar!
Condição “sine qua non” para que uma autarquia apoie financeira e logisticamente, ou promova, a vinda de uma Televisão seja ela privada ou estatal:
Ponto Único: A componente recreativa terá OBRIGATORIAMENTE que ser protagonizada pelos artistas da terra, Concelho e Distrito, pela Prata da Casa. Ou, no mínimo, negociar uma percentagem de uns 75% das presenças para gente da terra. Alguém duvida que os temos em quantidade e com qualidade bem superior ao que nos oferecem na bandeja? Bastará pensarmos na qualidade que nos foi proporcionada no passado domingo dia 28 de junho de 2020, com exceção, dentro do que vi e ouvi, dos Galandum Galundaina e do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Vilarandelo, do distrito de Vila Real.
Como se faz?
Simples!
Se as Associações Culturais, Recreativas, Desportivas e outras “dizem PRESENTE”, quando se faz a atribuição de subsídios/apoios, é porque existem e têm atividade. Certo?
As Câmaras Municipais contactam as Juntas de Freguesia. Estas, por sua vez, contactam as associações, os grupos musicais, os artistas, os cantores, os artesãos, os ranchos folclóricos, os grupos etnográficos, os atletas, as associações humanitárias, os restaurantes e similares, os clubes desportivos, os historiadores e os investigadores, os cozinheiros, os produtores e transformadores dos produtos regionais, os animadores, os pintores, os escritores, os escultores, os pensadores, as nossas enciclopédias vivas que são os nossos “Maiores”.
Alguém duvida que o Nosso Distrito, o Nosso Concelho, a Nossa Bragança tem “Matéria-prima”, mais que suficiente e de qualidade, para uma dúzia de programas?
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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