Em tempo normais, a partir do mês de julho, a afluência de emigrantes já começava a ser notada, mas este ano, devido à pandemia, muitos ainda têm dúvidas se devem ou não fazê-lo.
Verónica Santos, por exemplo, é natural da aldeia de Grijó, em Macedo de Cavaleiros, mas há cerca de 14 anos que vive e trabalha em Londres.
Costuma vir a Portugal duas ou três vezes por ano, mas neste, além de já ter sido obrigada a cancelar uma viagem marcada para maio, ainda tem algumas dúvidas no que toca a uma possível vinda no verão:
“Vai ser uma decisão de último momento, não estou a fazer planos ainda.
Só de pensar que eu poderia ser a causa de contagiar alguém é uma das maiores razões porque pondero. De momento também o nosso primeiro ministro aqui pôs uma quarentena obrigatória de 14 dias para quem regressar.
Eu tenho colegas emigrantes de vários pontos do país e penso que, de todos eles, só uma pessoa é que está a pensar em ir e de carro, não que ir de avião.
Fico triste mas acho que a minha saúde e a daqueles com quem me preocupo e amo está em primeiro lugar.”
Já Eric Afonso nasceu em França mas é filho de pais portugueses, com raízes na aldeia de Pinela, em Bragança. Além de visitar a família, este lusodescendente também costuma rumar ao país várias vezes por ano para fazer espetáculos como dj. Graças à pandemia, algumas viagens tiveram de ser desprogramadas e o mesmo poderá acontecer com a habitual no mês de agosto:
“Vou entre seis a oito vezes por ano a Portugal. Infelizmente, os últimos meses foram difíceis e havia receio de levar o vírus e fazer mal a quem gostamos. Mesmo que houvesse aviões a circular, a motivação não existia. Sem espetáculos, acabava por não ir fazer nada a Portugal. Penso que é a primeira vez, em dez anos, que estive tanto tempo sem ir. É difícil não poder ir ao meu país.”
Ainda assim, Eric deixa ficar um conselho a todos aqueles que queiram visitar Portugal:
“Segundo o que disse o Presidente da República francesa, vai haver testes livres para quem quiser fazer. Eu acho que toda a gente que queira ir de férias no verão deve fazer um teste antes, pois assim seria uma forma de certificar às pessoas que não está doente.”
E mesmo do país vizinho há quem pondere a habitual vinda de verão.
É o caso de Paula Carolina, que há dois anos deixou Macedo de Cavaleiros para ganhar a vida em Espanha, estando atualmente na Ilha de Mallorca.
Se em tempos normais vinha a Portugal várias semanas ao longo do ano, neste ainda não conseguiu vir nenhuma.
Tem planos de visitar o país em breve mais as dúvidas são muitas:
“Estamos com muitas dúvidas em relação à pandemia porque eu estou grávida e tenho medo de ir.
Se não for fico muito triste porque já temos tudo planeado para passar aí uns dias, mostrar a barriga à minha avó e ao resto da família e é triste, na verdade.”
Os emigrantes com dúvidas no que toca às habituais férias de verão em Portugal que, devido à pandemia, estão por muitos a ser ponderadas.
Escrito por ONDA LIVRE
Sem comentários:
Enviar um comentário