"Era um antigo anseio da população de Bemposta ver classificado o núcleo histórico e antiga muralha como sítio de interesse municipal. Todo o processo foi executado pelos técnicos da Sala Museu de Arqueologia do concelho de Mogadouro", disse à Lusa o vice-presidente da Câmara de Mogadouro, Evaristo Neves.
De acordo com o autarca, há mais de duas décadas que a população de Bemposta, no concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, ansiava por esta classificação dado o interesse histórico do casco medieval da localidade.
"Já enviamos um ofício para a Direção Regional de Cultura do Norte, para que este organismo se pronuncie sobre esta classificação. Numa segunda fase este sítio poderá tornar-se de interesse publico", indicou Evaristo Neves.
O processo administrativo pode ser consultado nos serviços administrativos da Sala Museu de Arqueologia de Mogadouro, no distrito de Bragança, durante 30 dias após a sua publicação em Diário da República (DR).
Segundo o arqueólogo municipal, Emanuel Campos, esta estrutura defensiva mandada construir por D. Dinis para defender a nova vila de Bemposta, com uma largura de dois metros e no ponto mais alto registado chega aos quatro metros de altura.
"A Muralha foi construída em granito possivelmente com três e datada do século XIV", disse o técnico.
Para além da muralha é possível verificar no local as chamadas Minas do Inferno, com galerias subterrâneas que serviam para guardar vinho.
"Todo perímetro interno das muralhas, onde se encontra a Casa do Regedor e as Minhas, fica salvaguardado ao abrigo da Lei vigente", indicou o arqueólogo.
Para Emanuel Campos, este é um sítio de grande interesse histórico e cultural.
A muralha fez da linha da fronteira contra o invasor castelhano e ponto de proteção da rota comercial do rio Douro, no seu troço internacional.
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