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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

O Estatuto da Agricultura Familiar continua por concretizar três anos depois

 A 07 de Agosto, passaram três anos sobre a publicação do Decreto-Lei n.º 64/2018, que instituiu o Estatuto da Agricultura Familiar (EAF). 


A publicação deste Decreto-Lei foi um importante resultado da luta e da proposta da CNA, na sequência do Ano Internacional da Agricultura Familiar, em 2014, e é uma peça fundamental para que, em Portugal, se cumpra a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Camponeses e Outros Pessoas que Trabalham em Áreas Rurais. A sua concretização é estruturante para a efectivação da Soberania Alimentar dos portugueses, com base nos nossos recursos, nos nossos produtos e na ocupação adequada da terra e do território.

O Estatuto consagra o reconhecimento de um conjunto de direitos e apoios acessíveis às pequenas e médias explorações que utilizem mão-de-obra familiar em mais de 50% do seu volume de trabalho.

Contudo, passados três anos, sempre cheios de promessas, verifica-se que a maioria das medidas previstas no Estatuto, e que envolvem competências de dez ministérios, continua por concretizar, incluindo algumas das mais estruturantes, tais como a efectivação de um regime de segurança social próprio, de um regime fiscal adequado (que inclua a possibilidade dos pequenos produtores venderem em feiras e mercados sem necessidade de estarem colectados), a prioridade no abastecimento público, ou o acesso prioritário à terra. Apesar de algumas medidas já contemplarem o Estatuto, estas têm pecado por escassas ou por ineficazes, como é o caso da ponderação de 3% na selecção para fornecimento de bens alimentares a estruturas públicas, quando mais de metade da ponderação continua a assentar no preço.

O próprio acesso ao Estatuto continua marcado por dificuldades e desajustamentos burocráticos.

Não obstante, é já possível verificar que, quando o Estatuto se traduz em medidas e critérios que fazem a diferença (como aconteceu na medida de apoio à renovação dos tractores), existe adesão por parte dos Agricultores.

A CNA tem vindo a colocar, a reiterar e a discutir as suas propostas com o Governo. Embora a Ministra da Agricultura insista na revisão do Estatuto, a CNA entende que, mais do que alterá-lo, o que é preciso é concretizá-lo. E aqui o Governo, a exemplo do que tem feito noutras matérias e áreas, tem inexplicavelmente protelado a concretização destas medidas de tão grande alcance para a Agricultura Familiar.

Neste contexto, o Sr. Primeiro-Ministro continua sem receber a CNA em audiência, apesar de reiterados pedidos, e apesar da concretização do Estatuto dizer respeito a vários ministérios.

Para a CNA é indispensável melhorar as condições de reconhecimento dos pequenos e médios agricultores para o acesso ao EAF e a implementação de um programa específico de investimento e promoção da Agricultura Familiar, integrado no PEPAC e com investimento nacional contemplado no Orçamento do Estado de 2022.

Da parte da CNA, assinalamos que foi a luta dos Agricultores familiares que logrou a consagração do Estatuto, e que só a continuação da luta em defesa da Agricultura Familiar, produtiva, social, económica e ambientalmente sustentável, pode conduzir à sua efectivação.

Com os Agricultores, manter-nos-emos por isso em luta, empenhados na concretização, tão cedo quanto possível, das medidas consagradas no Estatuto da Agricultura Familiar.

Coimbra, 09 de Agosto de 2021 
A Direcção da CNA

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