sábado, 21 de maio de 2022

21 de maio: 30 anos da Rede Natura 2000 e Dia Mundial da Migração dos Peixes

 Hoje, 21 de maio, assinalam-se os 30 anos da Rede Natura 2000, a maior rede de áreas protegidas do mundo para a natureza. 21 de maio corresponde à data de aprovação, em 1992, da Diretiva Habitats da União Europeia (UE) e do Programa LIFE, que financia projetos de conservação da natureza no espaço europeu.

Milhafre-real (Milvus milvus). Fotografia Pedro Alves/Palombar.

A Diretiva Habitats e a Diretiva Aves, de 1979, são os dois pilares centrais da Rede Natura 2000. Atualmente, a Rede Natura 2000, o principal instrumento de conservação da Natureza e da Biodiversidade na UE, integra mais de 27 800 locais na terra e no mar que estão protegidos para assegurar a preservação do património natural europeu. Graças à Rede Natura 2000, a UE protege cerca de 1 400 espécies de animais e plantas selvagens e 460 espécies de aves.

Logótipo oficial de comemoração dos 30 anos da Rede Natura 2000.

Como é constituída a Rede Natura 2000?

A Rede Natura 2000 é composta por: Zonas de Proteção Especial (ZPE) - estabelecidas ao abrigo da Diretiva Aves, têm como principal objetivo garantir a conservação das espécies de aves, e dos seus habitats, listadas no seu Anexo I, e das espécies de aves migratórias não referidas no Anexo I e cuja ocorrência seja regular no território europeu; Zonas Especiais de Conservação (ZEC) - criadas ao abrigo da Diretiva Habitats, visam contribuir para assegurar a Biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais (Anexo I) e dos habitats de espécies da flora e da fauna selvagens (Anexo II), considerados ameaçados no espaço da União Europeia; Sítios de Importância Comunitária (SIC) - um SIC é definido pela Diretiva Habitats como um sítio que, na região ou regiões biogeográficas a que pertence, contribui de forma significativa para a manutenção ou recuperação de um estado de conservação favorável de um tipo de habitat natural ou de uma espécie, podendo também promover a coesão da Rede Natura 2000 e/ou a manutenção da biodiversidade nessa região ou regiões.

Quais são os nossos projetos em território da Rede Natura 2000?

Sentinelas - Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre, Searas com Biodiversidade - Salvemos a águia-caçadeira, ConnectNatura - Melhoria de Condições de Conectividade para a Fauna Silvestre entre áreas da Rede Natura 2000, Reconecta-te à Natureza - as aves fazem mais do que cantar, HotSpot de Biodiversidade, Grupo Nordeste e LIFE Rupis.

Abutre-preto (Aegypius monachus). Fotografia Pedro Rego.

Dia Mundial da Migração dos Peixes: conectar peixes, rios e pessoas

A 21 de maio celebra-se também o Dia Mundial da Migração dos Peixes, comemorado de dois em dois anos sob a coordenação da World Fish Migration Foundation. Pretende sensibilizar e alertar para a importância dos peixes migratórios de água doce e dos rios de caudal livre, que garantem a sua conservação e ciclo de vida completo.

Atualmente, muitos peixes migratórios estão ameaçados devido a vários fatores como a pesca excessiva, degradação dos habitats, barragens e alteração dos cursos dos rios. Os peixes migratórios têm uma grande importância a nível ecológico - sendo essenciais para o bom funcionamento dos rios -, cultural e económico.

Salmão-do-Atlântico (Salmo salar). Fonte: Wikimedia Commons.

Mas o que são afinal os peixes migratórios? São aqueles que precisam migrar, isto é, mudar de local, com regularidade. Como grandes campeões de natação, conseguem nadar distâncias longas ou curtas e saltar obstáculos naturais, como desníveis nos rios e pedras, para dar continuidade ao seu ciclo de vida, ou seja, para alimentarem-se, reproduzirem-se e fugir dos predadores.

Sável, enguia-europeia, salmão-do-Atlântico, truta-marisca e barbos são alguns exemplos de peixes migratórios. Assegurar a proteção e conservação destas e das outras espécies de peixes migratórios é essencial para garantir a saúde dos rios, o bom funcionamento dos ecossistemas, para a sustentabilidade da economia associada à comercialização de peixe e para as culturas cujas tradições gastronómicas e fonte nutricional de proteína estão ligadas ao consumo destas espécies.

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