Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Quando hoje passo na Ponte Nova, sinto um misto de conformação e um outro de raiva! O conformismo é assim como o que se sente quando chove e não é para nós conveniente, mas também não é coisa que nos desanime. A raiva, por sua vez, é diferente e custa muito a tirar fora pois que a incapacidade de repormos as coisas onde as conhecemos causa um sentimento de impotência e a injustiça das acções delapidantes do património de todos, executado por alguns, não sabemos bem porquê, transforma-se numa tomada de consciência da falta de informação dispensada ao público por quem foi empossado para gerir a coisa pública com honra e probidade.
Vem isto a propósito do tempo decorrido desde o dia em que a Câmara tomou conhecimento do derrube da Casa dos Cantoneiros até hoje. Não foi dada qualquer satisfação ao povo em que ponto está a questão, se é que houve da parte da Câmara alguma acção junto dos Tribunais para dirimir esta questão. Não sabemos e parece-nos que nunca o saberemos, pois quanto mais tempo passar menos as pessoas se interessarão pelo assunto e consequentemente tudo ficará em águas de bacalhau.
Poderíamos enumerar outros casos em que a delapidação do património com algum valor artístico é suprimido para satisfazer interesses menos claros que o público nunca chega a perceber porque a vontade de uma certa minoria, com poder, consegue levar sempre a água ao seu moinho e os outros se limitam a assobiar para o lado fazendo de conta que o assunto não lhes diz respeito.
Eu sei que as dificuldades de fazer com que os tribunais sejam mais céleres é uma realidade que obsta a que haja mais justiça e que o povo consiga tomar nota no decorrer do tempo que medeia entre as acções propostas à justiça e o desfecho final que quási sempre é favorável à parte mais forte financeiramente.
Temos consciência que nem todos os que gerem a coisa pública são de carácter desinteressado da dita cuja e se preocupam com o sentir do povo que sofre toda a espécie de injustiças e prepotência da parte de quem jurou servir a causa pública e que propagandeia tal intenção, mas que não faz nada por que tal seja efectivamente o que acontece. Há facilidades concedidas a alguns e obstáculos quase inultrapassáveis colocados a outros e não me parece que seja de fecharmos os olhos ao que é injusto que aconteça e que por comodismo não se denuncia.
Não tenho competência para analisar certas obras e atitudes que foram, ou estão a ser executadas , mas parece-nos fácil apontarmos como mal tomadas, decisões que foram e são contestáveis já que o proveito delas retirado foi nulo e o prejuízo é visível e palpável. Refiro-me ao fechar ao trânsito a Rua Alexandre Herculano e à forma como concluíram a Praça da Sé e o que ficou feito na Praça Camões e em frente à Igreja de S. Vicente e não devemos abstrairmo-nos do resultado final da intervenção no Rio Fervença que cremos ser possível, melhorar.
O que foi construído tem defeitos visíveis e é verdade que a conservação e limpeza deixam muito a desejar num espaço que era suposto servir de parque da Cidade e não consegue atrair um mínimo de gente que ocupe o espaço criado. Tem um WC para cães, mas não tem um para as pessoas. Está devidamente assinalado, mas como os cães não sabem ler e os donos não conseguem convencê-los a aprenderem, defecam onde lhes apetece e os donos passam à frente e quem vier depois que se desvie.
Temos plena consciência de que criticar é fácil e que há também muita obra concluída que merece o nosso aplauso. Mas os prejuízos causados pelos que atrás mencionamos originaram prejuízos à população que foram letais para o tecido comercial da cidade e fizeram afastar a gente que não se revê em tais mudanças. Nem sequer foi acautelado o acesso à Praça Camões, pois é pela Praça da Sé que entram os camiões que transportam todas as infraestruturas que usam para construírem as pistas de gelo e toda a parafernália de outras construções usadas para as exposições ali realizadas. É só ver o Estado da entrada na Praça da Sé cujas pedras estão completamente partidas já que o peso das viaturas não dá descanso às ditas que são frágeis em demasia para tal serviço.
Estará por fazer a contabilidade do resultado financeiro destes eventos que ninguém sabe se servem o público se as empresas que alugam as infraestruturas e que põem e tiram num processo que é passível de análise entre o que será útil aos cidadãos e o que é pura perda de tempo e energia.
Este escrito, embora crítico de certas decisões passadas e outras actuais, não pretende servir de arma de arremesso contra quem foi democraticamente eleito e é legítimo representante de quem o elegeu. É sim a minha opinião que penso será a de milhares de brigantinos que acham que as infraestruturas não foram devidamente pensadas e que o efeito foi devastador para a cidade. Se tivermos a humildade de o reconhecer abrir-se-á a porta à tentativa de salvar parte do que foi mal feito e pode ser emendado. É preciso que se pense em fazer obra que sirva a cidade e satisfaça os seus moradores.
(Não há mal que sempre dure nem bem que se não acabe) “dito popular”.
Vem isto a propósito do tempo decorrido desde o dia em que a Câmara tomou conhecimento do derrube da Casa dos Cantoneiros até hoje. Não foi dada qualquer satisfação ao povo em que ponto está a questão, se é que houve da parte da Câmara alguma acção junto dos Tribunais para dirimir esta questão. Não sabemos e parece-nos que nunca o saberemos, pois quanto mais tempo passar menos as pessoas se interessarão pelo assunto e consequentemente tudo ficará em águas de bacalhau.
Poderíamos enumerar outros casos em que a delapidação do património com algum valor artístico é suprimido para satisfazer interesses menos claros que o público nunca chega a perceber porque a vontade de uma certa minoria, com poder, consegue levar sempre a água ao seu moinho e os outros se limitam a assobiar para o lado fazendo de conta que o assunto não lhes diz respeito.
Eu sei que as dificuldades de fazer com que os tribunais sejam mais céleres é uma realidade que obsta a que haja mais justiça e que o povo consiga tomar nota no decorrer do tempo que medeia entre as acções propostas à justiça e o desfecho final que quási sempre é favorável à parte mais forte financeiramente.
Temos consciência que nem todos os que gerem a coisa pública são de carácter desinteressado da dita cuja e se preocupam com o sentir do povo que sofre toda a espécie de injustiças e prepotência da parte de quem jurou servir a causa pública e que propagandeia tal intenção, mas que não faz nada por que tal seja efectivamente o que acontece. Há facilidades concedidas a alguns e obstáculos quase inultrapassáveis colocados a outros e não me parece que seja de fecharmos os olhos ao que é injusto que aconteça e que por comodismo não se denuncia.
Não tenho competência para analisar certas obras e atitudes que foram, ou estão a ser executadas , mas parece-nos fácil apontarmos como mal tomadas, decisões que foram e são contestáveis já que o proveito delas retirado foi nulo e o prejuízo é visível e palpável. Refiro-me ao fechar ao trânsito a Rua Alexandre Herculano e à forma como concluíram a Praça da Sé e o que ficou feito na Praça Camões e em frente à Igreja de S. Vicente e não devemos abstrairmo-nos do resultado final da intervenção no Rio Fervença que cremos ser possível, melhorar.
O que foi construído tem defeitos visíveis e é verdade que a conservação e limpeza deixam muito a desejar num espaço que era suposto servir de parque da Cidade e não consegue atrair um mínimo de gente que ocupe o espaço criado. Tem um WC para cães, mas não tem um para as pessoas. Está devidamente assinalado, mas como os cães não sabem ler e os donos não conseguem convencê-los a aprenderem, defecam onde lhes apetece e os donos passam à frente e quem vier depois que se desvie.
Temos plena consciência de que criticar é fácil e que há também muita obra concluída que merece o nosso aplauso. Mas os prejuízos causados pelos que atrás mencionamos originaram prejuízos à população que foram letais para o tecido comercial da cidade e fizeram afastar a gente que não se revê em tais mudanças. Nem sequer foi acautelado o acesso à Praça Camões, pois é pela Praça da Sé que entram os camiões que transportam todas as infraestruturas que usam para construírem as pistas de gelo e toda a parafernália de outras construções usadas para as exposições ali realizadas. É só ver o Estado da entrada na Praça da Sé cujas pedras estão completamente partidas já que o peso das viaturas não dá descanso às ditas que são frágeis em demasia para tal serviço.
Estará por fazer a contabilidade do resultado financeiro destes eventos que ninguém sabe se servem o público se as empresas que alugam as infraestruturas e que põem e tiram num processo que é passível de análise entre o que será útil aos cidadãos e o que é pura perda de tempo e energia.
Este escrito, embora crítico de certas decisões passadas e outras actuais, não pretende servir de arma de arremesso contra quem foi democraticamente eleito e é legítimo representante de quem o elegeu. É sim a minha opinião que penso será a de milhares de brigantinos que acham que as infraestruturas não foram devidamente pensadas e que o efeito foi devastador para a cidade. Se tivermos a humildade de o reconhecer abrir-se-á a porta à tentativa de salvar parte do que foi mal feito e pode ser emendado. É preciso que se pense em fazer obra que sirva a cidade e satisfaça os seus moradores.
(Não há mal que sempre dure nem bem que se não acabe) “dito popular”.
Gaia, 19/05/2022
A. O. dos Santos
(Bombadas)
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