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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Bragança Foi Cenário Da História De Amor De Pedro E Inês

 Para além do que é visível aos olhos, a cidade de Bragança guarda muitas histórias, umas reais outras fantásticas, capazes de condimentar cada visita com novos ingredientes que criam memórias inesquecíveis. 

Amar Viajar e Petiscar com Ana Fragoso

Painel de azulejo, no exterior da Igreja de São Vicente, que retrata o amor de Pedro e Inês

A história que hoje vos vamos contar não relata feitos históricos irrefutáveis e comprovados. Cruza o que dizem os historiados com as lendas e as crenças que sobreviveram centenas de anos e cuja intensidade na sua reprodução depende e muito de quem a conta.

Nesta nossa experiência Bragança, depois de termos visitado por diversas vezes o património, focamo-nos na magia dos contos, com todo o pensamento mágico que os envolve.

As grandes histórias de amor que terminam com uma grande tragédia são aquelas que se eternizam e vivem séculos na história, mas essencialmente, no imaginário popular. Em Portugal Pedro e Inês são os protagonistas da maior história de amor conhecida e Bragança poderá ter sido a cidade onde celebraram o seu maior momento de amor: o casamento em segredo, que só viria a ser revelado após a morte trágica de Inês.  Um painel de azulejo no exterior da Igreja de São Vicente dá-nos conta desse momento.

Relatava o nosso guia, Luís Costa da empresa Andadi, que “era uma vez” D. Pedro I, infante de Portugal, filho do rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela no dia que em conheceu D. Constança Manoel, quem iria casar, se apaixonou pela Dama de companhia da sua esposa: a bela Inês, uma elegante mulher loira, de cabeleira abundante. “D. Pedro, mal a viu, ficou logo estontecido de paixão, paixão essa, que foi recíproca”, conta.

O caso amoroso foi rapidamente tornado público e era muito mal visto pelo Rei D. Afonso IV. Dona Constança morreu no parto ao dar à luz o seu terceiro filho, mas nem por isso os dois amantes puderam ficar livremente juntos.

Nem com toda a oposição e a conspiração das cortes Pedro e Inês se afastavam, continuavam a amar-se com loucura o que os terá levado a casar em segredo, na cidade de Bragança. Este casamento só seria revelado sete anos após a morte de Inês, cruelmente condenada à morte e executada a mando do rei D. Afonso IV.

Sete anos mais tarde D. Afonso IV morre e Pedro, que nunca esqueceu Inês, declarou que teria casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança legitimando assim os filhos do casal e legalizando o casamento. Pedro tinha planeado a vingança dos carrascos de Inês, que sem dó nem piedade executou e arrancou-lhe o coração, mas só depois de colocar o cadáver de D. Inês num trono, colocou-lhe sobre o crânio a coroa real e obrigou todos os nobres, sob ameaça de morte, a beijar a descarnada mão da rainha morta.

D. Pedro faleceu em janeiro de 1367. No testamento, mandou que o seu cadáver fosse conduzido a Alcobaça e ali colocado no túmulo que mandara construir conjuntamente com o de D. Inês de Castro em 1360, e ainda hoje estão juntos “até ao fim do mundo”.

As lendas e crenças que adornam o património

Esta viagem foi organizada pela Associação Comercial, Industrial e Serviços de Bragança (ACISB), no âmbito do projeto de promoção turística + Bragança, que é cofinanciado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Vista aérea do Castelo de Bragança, Interior do Castelo de Bragança e interior da Domus Municipalis

A ACISB quis, essencialmente, mostrar as inúmeras possibilidades de experiências enriquecedoras que o visitante pode usufruir na cidade. Para além da visita incontornável ao património histórico, o grupo foi convidado a ouvir e conhecer os “mistérios” e o charme da cidade. A Lenda da Torre da Princesa do Castelo de Bragança (um castelo que nunca teve princesas), a história do pelourinho do século XII que estranhamente assenta sobre um berrão da proto-histórica (500 anos a.C), conhecido como a porca da vila. Era aqui que, durante “os 12 dias mágicos de renovação”, que se assinalavam de 24 de dezembro ao dia de reis, “se resolviam todos os conflitos, se tornavam publicas as traições ou malfeitorias”, para expurgar todos os pecados.  O “jogo do galo” gravado no chão da Domus Municipalis, casa dos Homens Bons, onde se resolviam conflitos coletivos e individuais e era durante a resolução dos conflitos individuais, que aqueles que nada tinham a ver com o assunto ocupavam o tempo com o jogo do galo ou algo parecido, e tantas outras curiosidades.

O Imaginário na Arte Contemporânea

O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais é sempre uma visita incontornável.

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais

A obra de Graça Morais, a sua exposição atual com o título Inquietações, reflete um mundo imaginário que traduz a história real dos últimos anos. Tragédias, medos irrefletidos e muitas vezes não reconhecidos, mas sempre com um elemento de luz e de esperança.

No espaço de exposições itinerantes está patente até 10 de julho, o trabalho do artista Alex Dorici. A Linha ou os segmentos da linha é a matriz da sua obra projetada nos mais diversos suportes sejam uma tela ou um azulejo, um edifício, uma rua ou uma paisagem. Neste trabalho cada visitante entra no espaço do artista, interage e integra a obra.

O modo de atuar sobre as superfícies arquitetónicas, que domina hoje grande parte do seu trabalho, teve origem em formas tradicionais como a gravura e a pintura, mas sobretudo nas incursões que realizou pelo universo da Street Art.

Visitar a Street Art usando bicicleta elétrica

Modernidade é este o toque que a ACISB introduziu na experiência de visitação da cidade.

Rota de Street Art usando Bicicleta Elétrica

O festival SM’ARTE – Festival de Street Art de Bragança, que acontece de forma bienal no mês de junho, já deu origem à criação de mais de uma centena de trabalhos nomeio urbano e rural.  Artistas de renome local, nacional e internacional, como Bordalo II, Frederico Draw, Gonçalo Mar, Daniel Eime, The Caver, Glam, Duarte Saraiva, Trip Dtos, Cain Ferreras e Leon Keer, entre outros já deixaram a sua criatividade cravada nas paredes que antes disso estavam despidas de beleza e de conteúdo.

O grupo foi desafiado a visitar algumas das obras, dispersas pela cidade, usando como meio de transporte bicicletas elétricas, neste caso cedidas pelo Instituto Politécnico de Bragança, que normalmente as disponibiliza aos seus alunos.

Mas a autarquia também dispõe bicicletas que podem ser usadas pelos turistas e requisitadas no posto de turismo da cidade.

Já antes disso, uma cortesia da União de Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, que nos permitiu fazer uma visita guiada de comboio turístico pela cidade. Mais uma possibilidade para os visitantes, de maio a setembro o comboio turístico não para, e qualquer pessoa pode fazer esta experiência.

Visita à cidade de Comboio Turístico

Por fim, um passeio de avião para sobrevoar Bragança, uma experiência inédita e arrebatadora, proporcionada pelo Aero Clube de Bragança, que efetua “voos turísticos”, com fins solidários, isto é, os passageiros pagam o voo a preços simbólicos e toda a verba angariada reverte para uma instituição e uma causa solidária. 

As surpresas de Rio D’Onor e Montesinho

Rio de Onor é das mais emblemáticas aldeias de Bragança e do Parque Natural de Montesinho, tendo sido eleita, em 2017, a 7 Maravilha de Portugal – aldeia em área protegida.

Atravessada pela fronteira com Espanha, de um lado, está Rio de Onor, do outro, Rihonor de Castilla, pelo que se diz “uma aldeia, dois países”!

Mantem uma cultura de base comunitária e é pelas suas tradições que o interesse dos visitantes é grande. Nós encontramos também alguns motivos de curiosidade, para além do património, da cultura e da beleza das estreitas ruas e casas com varandas floridas. No centro da aldeia um artesão, que constrói bancos de madeira e ímans com a máscara dos caretos, contava que um dia abandonou a vida organizada e abastada que tinha em Lisboa, para se refugiar no silêncio da aldeia. Chama-se Pedro e passou de executivo a artesão, não revelando nem sobras de arrependimento. Trabalha sem horários, sem pressões, faz apenas o que quer e o que gosta, ganha pouco mas assegura que precisa de menos ainda do que aquilo que tem.

Pedro expõe o seu trabalho num espaço público em Rio D’Onor

Sentimo-nos tentados a comprar um íman com uma máscara negra, típica dos caretos da aldeia, que em vez de medo transporta uma mensagem de vida simples e feliz.

Já na aldeia de Montesinho, localidade que dá nome ao Parque Natural de Montesinho, a surpresa encontramo-la no interior da igreja. Por fora a rigidez e frieza do granito, escurecido pelos anos, por dentro o brilho ofuscante da talha dourada dos altares. E é aqui, no meio deste brilho, numa aldeia que de inverno tem menos de 30 habitantes, que acontece a iniciativa “Música na Paisagem”, um evento de musica clássica que trás grandes nomes internacionais a esta pequena povoação. Na ultima edição, que aconteceu em setembro de 2021 os protagonistas forma o pianista Jun Bouterey-Ishido, a violinista Matilde Loureiro e o clarinetista Horácio Ferreira que interpretaram obras de B. Bartók, D. Scarlatti, F. Chopin, G. Enescu, J.S. Bach e M. Ravel.

Igreja de Montesinho

Sugestões para ficar:

Hotel Tulipa, apesar de ter a classificação de Duas Estrelas, é um Hotel muito confortável e acolhedor situado na zona central da cidade de Bragança, permitindo acesso fácil e rápido à zona histórica da cidade e à zona mais moderna.

Restaurante Emiclau, no centro da cidade, tem uma sala moderna e confortável. Apesar de ser no interior do país, aqui pode comer excelente peixe, bem como as carnes mais habituais nas ementas transmontanas.

Restaurante Quinta das Queimadas – Panorama, fora da cidade, oferece grande qualidade e requinte nos menus, bem como qualidade nos serviços. No verão a esplanada oferece uma vista fantástica. Neste restaurante pode experimentar os pratos com os diferentes vinhos Ninho da Pita, DOC Trás-os-Montes, garantindo as excelência de um casamento feliz.

Restaurante Rosina, também no centro da cidade, próximo da Praça da Sé, na sua génese tem a comida italiana, mas na ementa tem todos os pratos mais características da região de Trás-os-Montes. A sala é requintada e o serviço com enorme simpatia.

Contradições Gastro bar, em plena cidadela de Bragança, oferece uma cozinha de autor, que mistura a tradição e o bem fazer que caracteriza o Restaurante Geadas, da mesma família, com a inovação, a criatividade e a qualidade do Restaurante G (Estrela Michelin), do mesmo grupo.

Biblioteca Café é uma excelente sugestãopara a noite, aqui pode experimentar fantásticos cocktails.

JP ROCK CAFÉ, um fantástico com bar, com música ao vivo, para terminar descontrair, conviver e encerrar um dia em pleno em Bragança.





Publicação Original AQUI.

Bia e Kikas

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