Depois de dois anos de pandemia a vontade de viajar voltou. Nas agências de viagens, o trabalho regressou em força. Na Best-Travel, em Bragança, a procura aumentou “bastante”, mas os preços também. De acordo com a técnica de turismo, Carla Alves, se antes, em pleno Verão, era possível fazer férias a dois por 700 ou 800 euros, agora já é complicado. "Esta retoma tem sido em grande, diria eu. Notei uma procura muito maior. Todos os nossos operadores subiram as reservas que já estavam feitas desde Janeiro/Fevereiro. Isto é o reflexo da pandemia e, agora, da guerra".
Na agência GOMOV Viagens e Turismo, também em Bragança, em relação ao ano passado, a procura aumentou 50%. Destinos calmos e com praia são os mais requisitados, diz o responsável, João Marta. "Há muita vontade e há alguma procura mas não em níveis semelhantes aos que se registavam em anos anteriores à pandemia. As pessoas procuram sítios seguros, calmos... praias. A costa espanhola e o Algarve são os mais procurados".
Também as empresas de animação turística estão a notar a recuperação da procura.
A empresa Coordenadas d’Aventura, que proporciona actividades de turismo de natureza e de aventura na zona da Terra Fria Transmontana, explica que as reservas estão a superar em muito as dos últimos dois anos e são mesmo superiores às registadas em 2019. Sérgio Torrão, sócio-gerente da empresa, perspectiva um bom Verão. "A procura está a ser muito boa, não tem nada a ver com o ano anterior. O nosso Julho está completamente cheio e Agosto está muito bem composto".
Apesar de os últimos anos terem afetado a actividade da empresa, que tem sede em Vimioso, já que não teve tantos turistas estrangeiros, por outro lado, passou a receber muitos mais turistas nacionais e a pandemia acabou por ser "o ponto de viragem". "Este ano volta tudo à normalidade. Temos mais turistas estrangeiros. Também os nacionais nos procuram bastante, talvez fruto do ano anterior. As pessoas começaram a conhecer mais a região. Nós praticamente não tínhamos turistas portugueses e agora temos muitos".
Já a Portugal NTN, sediada em Mirandela, ainda não recuperou na totalidade o nível de procura antes da pandemia, mas anda perto e os responsáveis acreditam que este é o Verão da retoma do turismo na região. "Ainda não atingimos os níveis que tínhamos em 2019. Estaremos com a quota de 2018, com marcações já consideráveis. Penso que este ano chegaremos a 90% daquilo que tivemos em 2019, que foi o nosso melhor ano".
Os hotéis também estão agora a ver uma luz ao fundo do túnel. Elisabete Raimundo, proprietária do Hotel Tulipa, em Bragança, que diz que dos últimos verões não se pode queixar, admite que está confiante que este vai correr ainda melhor. "Estou muito esperançosa. O Tulipa tem sido um caso de sucesso e, a avaliar por aquilo que já está marcado, este Verão vai ser muito positivo", explicou, dizendo que "as pessoas ligam constantemente a dizer 'olhe no Booking custa x mas quanto me fazem ao balcão?'". "Querem visitar, sim, mas não têm dinheiro para gastar e nós vamos aceitando como podemos porque não estamos em tempo de rejeitar", assinalou Elisabete Raimundo.
Melhorias também se esperam no Hotel D. Dinis, em Mirandela. Sónia Gomes, recepcionista da unidade hoteleira, também considera que os últimos dois verões não foram maus e que neste Mac tendência se vai manter. "Penso que vamos voltar a ter tanta ou mais gente que nos últimos dois anos. As pessoas, acredito que, vão voltar a fugir para o Interior, a procurar o sossego. Temos esperança que os meses de Julho e de Agosto corram bem".
O Hotel Tulipa conta com 30 quartos e o D. Dinis com 129.
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