quinta-feira, 7 de julho de 2022

Trabalhadores da Faurecia estão em greve à porta da fábrica e pedem aumento dos salários

 O protesto foi convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte. É pedido um aumento em 90 euros dos salários, a devolução de um euro do subsídio de alimentação e melhores condições de trabalho, nomeadamente na climatização


Segundo o representante sindical e também trabalhador na fábrica, a adesão ronda os 75% na generalidade dos turnos, sendo que a greve já começou com o turno da noite. Rui Pereira explica que com o protesto pedem aumento dos salários e melhores condições de trabalho. Rui Pereira explica que com o protesto pedem aumento dos salários e melhores condições de trabalho. "Andamos há dois anos a negociar com a empresa. Já apresentámos dois cadernos reivindicativos, sendo que uma das propostas era o aumento de 90 euros por mês. A situação actual obriga-nos a reivindicar estes valores porque cada vez está mais insuportável vivermos. No fundo, também queremos apelar a que nos tomem como os produtores de riqueza. Temos direito a viver com dignidade, a educar os nossos filhos e estar com eles, bem como temos direito a fins-de-semana e nunca andar na condição de andar sempre a faltar o dinheiro".

Os trabalhadores já entregaram, em Fevereiro, um caderno reivindicativo, mas, até agora, não houve qualquer resposta. "Pura e simplesmente remeteram-se ao silêncio, não nos contactaram para nada. Nestes últimos dias, depois de a greve ter sido anunciada, andaram à sensibilizar as pessoas apelando à imagem e prestigio da empresa perante clientes e fornecedores. Mas não se referiram ao principal, que são os trabalhadores, nem contactaram os delegados sindicais, convocando uma reunião para nos sentarmos e falar, sendo que até ao dia de ontem a greve poderia ter sido cancelada".

Aníbal Madeira trabalha na Faurecia há oito anos e também fez greve esta manhã. Diz que o salário já não é suficiente para suportar as despesas e afirma que a posição da direcção é uma falta de consideração para com os trabalhadores. 

"O custo de vida para os alimentos está entre o 7,1 e os 8,9, o gasóleo está a um preço exorbitante, eu sei que a fábrica não tem culpa do preço do gasóleo, mas tem que nos dar alguma ajuda para nós conseguirmos vir trabalhar, para conseguirmos manter a nossa dignidade e, pelo menos, levar-nos alguma coisa para as nossas famílias. Temos sido versáteis, temos feito até hoje o que eles nos pediram. Com o tempo da covid, com a crise, com a guerra na Ucrânia, que fossemos versáteis e trabalhassemos em várias linhas e eu trabalho em várias linhas. Não nos dão nada do que pedimos. É sempre não, não não. Achp que é uma falta de respeito para com o pessoal que trabalha e que cumpre e que vem, chegamos ao sábado, pedem para virmos, nós vimos, eixamos a família em casa, desmarcamos compromissos, para vir trabalhar, para que a fábrica continue a trabalhar", afirmou.

Depois da greve, o sindicato quer reunir novamente com a empresa, explicou o dirigente sindical do Norte, Miguel Moreira.

A greve já começou com o turno da meia-noite. A direcção da Faurecia disse que não iria prestar declarações.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves e Ângela Pais

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