“Quanto mais água nós tivermos no rio Angueira, melhor combatemos os períodos de seca como aquele que estamos a atravessar e assim dispor de condições de abastecimento público, que é aquilo que nos preocupa, de momento”, explicou Jorge Fidalgo.
De acordo com o autarca, do distrito de Bragança, esta obra consiste no alteamento em cerca de dois metros do açude de Pena Menina, no rio Angueira, obra que conta com o aval da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que financia o investimento em 50% do seu total.
“Este açude está antiquado e vai implicar a criação de vários equipamentos para minimizar impactos ambientais, tais como uma escada para peixes, a colocação de uma comporta para manter os caudais ecológicos e uma intervenção ambiental na zona deste equipamento por esta inserido na Rede Natura 2000”, disse Jorge Fidalgo.
Esta captação de água no rio Angueira serve diretamente as localidades de Vimioso (sede de concelho), as aldeias de Campo de Víboras, Vale de Algoso e Algoso.
“No entanto, quando é necessária água para abastecer outras aldeias que têm sistemas autónomos, como furos, que em tempo de seca ficam vazios, para a além dos autotanques, recorremos à Estação de Tratamento de Água (ETA) do Angueira, para minimizar os impactos da falta de água na rede pública”, concretizou o autarca social-democrata.
Para Jorge Fidalgo, todas as oportunidades criadas para a retenção de água "são fundamentais para o concelho”.
“Temos que perceber que quer o rio Angueira quer o rio Maçãs estão integrados na Rede Natura 2000 e, por esse motivo, temos que entender que as entidades competentes, no que respeita aos licenciamentos, fazem grandes exigências. Essas exigências implicam outros investimentos que muitas vezes para as autarquias são difíceis de comportar e este apoio da APA neste projeto é fundamental”, frisou.
O autarca disse ainda que tem “ambição” em requalificar outros açudes no rio Angueira, “mas será necessário haver oportunidade e financiamento para tal”.
“Esta obra no rio Angueira era uma das principais no concelho e urgente, porque vai permitir ter uma maior quantidade de água disponível para o consumo público”, justificou Jorge Fidalgo.
Para além deste investimento, seria importante que o município de Vimioso tivesse recursos para fazer uma captação de água no rio Douro, no concelho vizinho de Miranda do Douro, contudo, o autarca indica “que é um projeto dispendioso e que tem de estar integrado num sistema multimunicipal, como o grupo Águas de Portugal”.
“O município de Vimioso nunca integrou qualquer sistema multimunicipal de água e saneamento por nunca se ter chegado a um acordo. Porque nós propomos uma solução e o grupo Águas de Portugal outra e nunca se chegou a um acordo”, enfatizou.
Autarca defende ainda a criação de um sistema multimunicipal de abastecimento de água em alta e em baixa, para todo os nove concelhos da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Terra de Trás-os-Montes, à semelhança do que já acontece com a empresa Resíduos do Nordeste.
“Não tenho dúvidas de que, com a integração dos sistemas de abastecimento de água em alta e em baixa na CIM transmontana, ou outros concelhos que se queiram associar para transportar a água do rio Douro através de uma conduta desde Miranda do Douro a Vimioso, com depósitos na zona alta de Caçarelhos/Vilar Seco, nós conseguimos abastecer grande parte do concelho e sem problemas em tempo de seca”, vincou Jorge Fidalgo.
Jorge fidalgo adiantou ainda que ainda há água no rio Angueira para “algum tempo”, mas se não chover outubro pode ser “complicado”.
O município de Vimioso determinou em julho que é “expressamente proibido” utilizar água da rede pública para rega de hortas, jardins e parques públicos ou privados, bem como para a lavagem de automóveis, passeios e espaços públicos ou privados.
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